Gilson E. Fonseca
S�cio e diretor da Solu��es em Engenharia Geot�cnica Ltda. (Soegeo)
Assuntos ligados � ger�ncia, normalmente, despertam muito interesse porque sugerem neg�cios, corpora��es, dinheiro etc. No in�cio dos anos 1990, a maioria se lembra, houve muita badala��o com o surgimento de novos modelos gerenciais que iriam nortear em todo mundo, alguns com a ideia de fazer frente ao "capitalismo selvagem". Veio, primeiramente, a qualidade total, seguida de reengenharia, mudan�a de paradigma e a que mais se falou foi a ger�ncia hol�stica. Esses movimentos geraram at� expressiva euforia, com in�meras empresas apostando, sobretudo, na ger�ncia hol�stica, promovendo semin�rios, palestras e cursos para seus contingentes. Grande maioria das corpora��es acreditava que o novo mil�nio seria marcado por uma nova ordem que aliaria, al�m do lucro, que � o objetivo, a valoriza��o humana e consequente distribui��o de riquezas. Entretanto, j� para o final dessa d�cada, surge outra vedete desse capitalismo, com muita for�a, a globaliza��o, que atinge duramente os pa�ses com atrasos tecnol�gicos e econ�micos. As empresas, no instinto de manter-se, abandonaram muitos programas de ger�ncia que procuravam considerar o homem e suas m�ltiplas rela��es mais importantes do que o espa�o f�sico em que vivemos, conforme apregoava o holismo. Assim, o dinheiro, no pior sentido da palavra, ganha novas dimens�es, como a gan�ncia generalizada, sobretudo no Brasil, com as rela��es prom�scuas de empreiteiros e pol�ticos.
Agora, na segunda d�cada do terceiro mil�nio, as esperan�as s�o modestas, porque o que estamos vendo, sobretudo no Brasil, salvo raras exce��es, � a maioria das empresas adotarem a "ger�ncia da sobreviv�ncia". Em consequ�ncia, lamentavelmente, ocorre grande redu��o ou extin��o de programas de treinamento e aperfei�oamento, sal�rios reduzidos atrav�s de demiss�o de funcion�rios "mais caros" e substitui��o por outros mais baratos, al�m de cortes de cursos e bolsas de estudos. Dessa forma, n�o h� est�mulo para a valoriza��o humana. Curr�culos escolares, especialmente nas faculdades visando apenas � forma��o tecnol�gica, precisam ser modificados, com introdu��o de disciplinas como inicia��o filos�fica, rela��es humanas e outras, sobretudo nos cursos chamados de "exatas", como engenharia, administra��o de empresas e outros, porque os acad�micos de hoje ir�o gerir as organiza��es amanh�, e sem preparo humano continuaremos sem sair do c�rculo vicioso. As escolas atuais, na sua maioria, acad�micas ou n�o, preocupam-se, de forma mercantilista e imediatista, em atender ao que o mercado est� pedindo hoje, e n�o numa prepara��o verdadeira de seus alunos para o futuro.
H� pouco tempo, palestrantes motivacionais come�aram a oferecer a acad�micos e executivos nova concep��o gerencial denominada coaching, que � falada em todas as rodas corporativas. Mas para tal � necess�rio preparar-se com curso espec�fico, e n�o, como muitos est�o se aproveitando, autodenominando-se coach, muitas vezes defendendo conceitos gerenciais j� ultrapassados. Dessa forma, nessa conting�ncia, essa preciosa ferramenta, para capacitar gestores, poder� virar apenas um ef�mero modismo, como as outras apontadas.