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Estado de Minas EDITORIAL

Barb�rie nacional

Escolas, igrejas, clubes, governo, meios de comunica��o devem dar as m�os na promo��o da cultura da paz


postado em 25/09/2019 04:00


Barb�rie tem sin�nimos. Entre eles, bestialidade, selvageria e monstruosidade. S�o palavras fortes, empregadas para nomear situa��es extremas. Mas, talvez, sejam incapazes de retratar o clima de viol�ncia em que o pa�s mergulhou. Algumas unidades da Federa��o com mais intensidade, outras com menos. Exemplos daqui e dali refletem a imagem p�lida do retrocesso que avan�a no Brasil.

A capital do estado mais rico da na��o, que abriga as melhores universidades nacionais, protagoniza cenas de tortura que parecem rotineiras em supermercados. Dois jovens pobres – um por roubar uma barra de chocolate e o outro por furtar um peda�o de carne – sofrem viol�ncia que constrange as consci�ncias civilizadas do mundo: chicotadas no corpo nu e choques el�tricos.

No Norte e Nordeste, as rebeli�es lideradas por l�deres de fac��es rivais deixam corpos decapitados espalhados por corredores e p�tios de pres�dios. Ve�culos em chamas tornaram-se parte da paisagem. Em Bras�lia, o estrangulamento do padre Casemiro, da Par�quia Nossa Senhora da Sa�de, soma-se aos homic�dios, feminic�dios e estupros que se multiplicam na periferia e nos bairros nobres.

Clima de guerra civil instalou-se no Rio. Traficantes, mil�cias e agentes policiais, todos fortemente armados, promovem confrontos cujas v�timas s�o crian�as e adultos. Eles perdem a vida n�o por se envolver nos embates, mas por morar em comunidades, h� muito terra sem lei e sem ordem. O Estado ausente abre espa�o para o poder paralelo, que divide o monop�lio da for�a.

O assassinato de Agatha F�lix, no Complexo do Alem�o, parece ter acordado a sociedade do estado de letargia em que se encontrava. A menina de 8 anos foi atingida por um tiro de fuzil na Kombi em que ia para casa. N�o estava armada nem participava de enfrentamentos. Segundo declara��o de pessoas que presenciaram a trag�dia, o alvo era um motoqueiro. Ele escapou.

Outros n�o tiveram a mesma sorte. Como Agatha, tornaram-se mais um n�mero na estat�stica do estado. Em 2019, nada menos de 16 crian�as foram v�timas da viol�ncia. Cinco perderam a vida. Entre janeiro e julho deste ano, 1.075 pessoas morreram em opera��es policiais na cidade, n�mero 20% superior ao do mesmo per�odo do ano passado. De 2017 a 2018, homens e mulheres mortos por policiais tiveram aumento: de 5.179 para 6.220.

O horror, embora mais cruel no Rio, bate ponto Brasil afora. A cultura da viol�ncia se imp�s, n�o raro estimulada pelo discurso belicista e intolerante de autoridades federais e locais. Matar se banalizou. A vida perdeu valor. Vidas roubadas com tiros e facadas ganham cada vez mais visibilidade no notici�rio. A inseguran�a � tal que imp�e provid�ncias urgentes.

Medidas repressivas s�o necess�rias. N�o significa dar licen�a para matar. Significa convocar a intelig�ncia, oferecer treinamento para os policiais, prover o aparato p�blico de equipamentos modernos, � altura dos utilizados pelo crime organizado. A preven��o tamb�m precisa estar presente. Escolas, igrejas, clubes, governo, meios de comunica��o devem dar as m�os na promo��o da cultura da paz. A t�nica: nem uma vida a menos.




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