Bruno Vieira
Psic�logo
A depress�o, doen�a psiqui�trica cr�nica ligada ao desequil�brio de subst�ncias no c�rebro e outras condi��es de sa�de mental, � resultado de uma complexa intera��o de fatores sociais, psicol�gicos e biol�gicos. Afetando 322 milh�es de pessoas no mundo, segundo dados divulgados pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), � a doen�a que mais mata no mundo. Em 2015, 788 mil pessoas morreram por suic�dio –- quase 1,5% de todas as mortes entre jovens de 15 a 29 anos, tornando-se a segunda maior causa de morte no ano.
Mas, como vivem essas pessoas e o que tem causado essa doen�a?
Rotinas exaustivas de trabalho, exposi��es excessivas nas redes sociais, cobran�as, frustra��es e relacionamentos s�o alguns dos fatores principais que causam o esgotamento emocional. Recentemente, pudemos acompanhar na imprensa casos como o do comediante Whindersson Nunes, das cantoras Paula Fernandes, Wanessa Camargo e Anitta, celebridades como Dani Russo e at� mesmo de jogadores de futebol, como Thiago Ribeiro, Nilmar e Ronaldo Fen�meno, que se declararam com depress�o.
De acordo com o estudo “Depress�o, suic�dio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a sa�de mental”, realizado com 2 mil brasileiros pelo Ibope Conect, 30% dos entrevistados do sexo masculino acreditam que a depress�o est� relacionada � falta de f� ou n�o sabem avaliar se isso � verdade, enquanto apenas 17% das mulheres pensam da mesma forma. Mais de 55% desses homens pensam que atitudes positivas e alegria de viver s�o suficientes para enfrentar a chatea��o. Esse tipo de pensamento pode demonstrar o motivo pelo qual tantas celebridades promovem, constantemente, festas e shows sempre cercadas de muitos convidados, muitas vezes para mascarar a doen�a, n�o a enfrentando como um problema real.
Por�m, � preciso diferenciar o estresse, algo a que estamos expostos o tempo todo, da ansiedade e da depress�o. Para se ter uma ideia, o Brasil j� � recordista mundial em preval�ncia de transtornos de ansiedade: 9,3% da popula��o sofre com o problema – ao todo, s�o 18,6 milh�es de pessoas. Ainda de acordo com a OMS, em 2016, 75,3 mil trabalhadores brasileiros foram afastados do emprego por depress�o, representando 37,8% de todas as licen�as por transtornos mentais e comportamentais em 2016.
No mundo dos famosos e do esporte de alto rendimento, como o futebol, quanto mais em evid�ncia est� a pessoa, maior � sua exposi��o e vulnerabilidade para lidar com emo��es, frustra��es e cobran�as. Mesmo com tantos sinais, o depressivo passa despercebido aos olhos de quem est� pr�ximo, principalmente quando seus perfis nas redes sociais s� mostram fotos de momentos de celebra��o do sucesso e alegria.
A falta de informa��o e o excesso de cr�ticas sobre os sintomas fazem com que a pessoa deprimida n�o procure ajuda –- agravando a situa��o e impactando, ainda mais, na carreira. No caso dos jogadores, por exemplo, ter o acompanhamento de um psic�logo � fundamental, at� mesmo para o resultado em campo.
Precisamos, urgentemente, acabar com o tabu de que depress�o � sin�nimo de fraqueza ou "frescura". A psicologia busca recursos para compreender o ser humano, seja em seus comportamentos, pensamentos ou emo��es, tornando-se essencial para o conv�vio.