At�pico talvez seja a qualifica��o mais adequada para 2020. A excepcionalidade n�o constitui nenhuma jabuticaba. Os cinco continentes foram surpreendidos pela pandemia do coronav�rus, que imp�s guinada de 180 graus em rotinas e projetos. O Brasil n�o fugiu � regra.
Adiou avan�os em setores que aguardam medidas modernizadoras para entrar em sintonia com a contemporaneidade. Entre elas, a melhora do ambiente de neg�cios e a moderniza��o do Estado, indispens�veis para atrair investimentos, reduzir a burocracia e acelerar a retomada da economia.
Enfrentar a crise sanit�ria tornou-se o �nico mandamento. Por um lado, estava a urg�ncia de salvar vidas, que passava necessariamente pela manuten��o da capacidade de resposta do sistema de sa�de. Por outro, impunham-se iniciativas aptas a inibir a dissemina��o do v�rus, cujo cont�gio ocorria com velocidade in�dita.
Meio no ensaio e erro, guiando-se por experi�ncia de quem estava mais � frente na administra��o da trag�dia, o pa�s tomou medidas dr�sticas. Proibiu atividades n�o essenciais, fechou escolas, cancelou eventos, limitou o ir e vir – tudo para evitar aglomera��es e o consequente agravamento do quadro que, por si s�, � alarmante.
A pauta pol�tica tamb�m entrou em compasso de espera. Depois da aprova��o da reforma da Previd�ncia em 2019, a expectativa era que as demais fossem apreciadas e votadas com o mesmo entusiasmo apresentado por esta legislatura. Os parlamentares eleitos em 2018 surpreenderam a sociedade pelo esp�rito reformista que apresentaram.
Agora, com a volta gradual � normalidade, os setores atingidos se reinventam para conviver com a crise que que s� bater� ponto final quando a ci�ncia descobrir rem�dio eficaz e vacina apta a imunizar a popula��o. Bares, restaurantes, livrarias, lojas, shoppings, ambulantes, cinemas retornam com restri��es, segundo etapas a serem vencidas.
Discute-se a possibilidade de C�mara e Senado cancelarem o recesso de janeiro para acelerar a tramita��o de propostas urgentes. A iniciativa se justifica porque 2020 imp�s duas atipicidades ao Congresso. Al�m da pandemia, as elei��es municipais, que precisaram alterar o calend�rio. � importante levar avante a ideia. O ano de 2021 ser� desafiador. O enfrentamento come�a agora.