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Estado de Minas editorial

Desigualdade persistente

Estudo do IBGE mostra ainda que crian�as at� 14 anos foram as mais afetadas pela extrema pobreza (8,9%) e pela pobreza (38,6%)


04/12/2021 04:00



Pelo menos 12 milh�es de brasileiros amargaram a extrema pobreza e mais de 50 milh�es a pobreza, no ano passado, segundo estudo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Os primeiros, com renda inferior a R$155 por m�s, ou R$ 5,16 por dia, e o segundo grupo com R$ 450 mensais ou R$ 15 por dia. Apesar de o dado ser uma trag�dia para o pa�s, a pesquisa revelou que houve uma queda tanto da mis�ria, de 6,8% para 5,7%, quanto da pobreza, de 25,9% para 24,1%, na compara��o com 2019.
 
O estudo mostra ainda que crian�as at� 14 anos foram as mais afetadas pela extrema pobreza (8,9%) e pela pobreza (38,6%). Em desvantagem semelhante estavam as mulheres negras (pretas ou pardas): 31,9% na pobreza e 7,5% na extrema pobreza. A analista do IBGE B�rbara Cobo destaca que o estudo se refere � pobreza monet�ria, “sem considerar outras dimens�es, como o acesso � educa��o, � sa�de e � moradia adequada”.
 
O Nordeste abriga 27,1% da popula��o brasileira, mas � o primeiro no ranking regional de mis�ria, com quase metade dos nordestinos (49,4%) nessa situa��o e 45,5% de pessoas na pobreza, embora tenha havido diminui��o em rela��o ao ano anterior. Na Regi�o Norte, tamb�m houve queda nos �ndices de extrema pobreza, de 11,9% para 8,5%. No Sudeste, o �ndice ficou est�vel (de 3,3% para 3,6%), assim como no Centro-Oeste: de 2,8% para 2,9%. O Sul seguiu tend�ncia inversa e registrou aumento de 2,3% para 2,8%.
 
A pesquisa reconhece que, n�o fosse o aux�lio emergencial, diante da pandemia do novo coronav�rus, o quadro seria ainda mais negativo. Ineg�vel o impacto da crise sanit�ria em todos os setores, sobretudo na economia, deixando um rastro de destrui��o em todo o planeta. Mas h� se convir que ocorrem falhas nas pol�tica p�blicas, nos campos social e econ�mico
 
Embora tenham enorme potencial para superar as desigualdades, os sucessivos governantes brasileiros chegam ao poder sem um projeto de na��o capaz de romper com um c�rculo hist�rico, que imp�e condi��es desumanas a parcela expressiva da sociedade. Reformas estruturais em todos os campos, a come�ar pelo da educa��o, passando pelas pol�ticas tribut�rias, at� a organiza��o do Estado, s�o postergadas.
 
H� semanas, o Congresso debate o Aux�lio Brasil. Interesses alheios aos dos que padecem na mis�ria se sobrep�em � dura realidade dos brasileiros. Os debates adiam uma decis�o que poderia, longe de resolver, pelo menos amenizar o drama do desemprego e da fome.
 
Inconceb�vel que a fome seja realidade para mais 19 milh�es de pessoas em um pa�s considerado celeiro mundial e que tem a agropecu�ria como um dos pilares do Produto Interno Bruto (PIB). A neglig�ncia da classe pol�tica favorece a concentra��o de renda, o que concreta as iniquidades socioecon�micas hist�ricas e apequena o pa�s diante das demais na��es.


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