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Estado de Minas editorial

Felicidade Interna Bruta e o voto

Milhares de brasileiros lutam pelo desejo de se livrarem das d�vidas contra�das junto a bancos e operadoras de cart�es de cr�dito


24/12/2021 04:00

Foi da Cordilheira do Himalaia, regi�o remota encravada entre a China e a �ndia, que um pa�s desconhecido h� poucas d�cadas, o But�o, surpreendeu o mundo ocidental com a sabedoria empregada no �ndice batizado de Felicidade Interna Bruta (FIB). Em contraposi��o ao PIB adotado como refer�ncia pelos economistas, essa na��o asi�tica deveria servir de exemplo, com suas pol�ticas de educa��o e sa�de gratuitas, preserva��o da cultura e do meio ambiente e o combate � corrup��o conectados ao crescimento econ�mico, menos focado em grandes n�meros e mais determinado em ser sustent�vel.

N�o custa relembrar e tentar colocar em pr�tica a experi�ncia bem-sucedida da busca da felicidade de um povo, numa �poca de reflex�o como sugere a festa crist� e diante do sufoco dos brasileiros enfrentando crises sanit�ria, econ�mica e pol�tica. A felicidade t�o esperada pela popula��o, se assim pudesse agora resumir seus desejos, est� longe de ser o ideal de interesses pol�ticos e troca de favores entre governantes e pol�ticos de v�rias esferas de poder, movidos pela disputa antecipada do voto de 2022.

Milhares de brasileiros lutam pelo desejo de se livrarem das d�vidas contra�das junto a bancos e operadoras de cart�es de cr�dito. Segundo estudo da Federa��o do Com�rcio de S�o Paulo, em novembro, o endividamento das fam�lias no Brasil chegou ao recorde de 11 anos. S�o 71% delas presas em compromissos financeiros a cumprir, boa parte deles contra�da para compensar a queda da renda.

Na expectativa di�ria de voltar ao mercado de trabalho est�o vivendo 13,5 milh�es de trabalhadores, alguns deles com sobreviv�ncia entregue ao fr�gil abrigo da informalidade, e outros sem ter condi��o de levar comida para a fam�lia, ter acesso digno aos servi�os mais b�sicos de uma vida com dignidade. A popula��o que trabalha no pa�s cresceu em 3,6 milh�es de pessoas no terceiro trimestre do ano e desse universo, 54% eram de informais, quer dizer, atuavam sem registro e nem CNPJ, de acordo com o IBGE.

O al�vio de quem est� empregado tamb�m n�o tem trazido a felicidade a que todos t�m direito. Afinal, h� a depend�ncia do esfor�o para conter os efeitos da infla��o elevada e persistente – o �ndice oficial do custo de vida no Brasil alcan�ou 10,74% em 12 meses, at� novembro. Entre os sonhos adiados est�o planos para melhorar a qualidade de vida, do plano de sa�de, estudar, poder investir em cultura e arte.

Lan�ado recentemente, o Atlas das Juventudes e de novos estudos da FGV Social mostra a insatisfa��o dos jovens no Brasil, em especial depois da COVID-19, que contribuiu para o aumento da desocupa��o de brasileiros na faixa de 15 a 29 anos, de 49,4% para 56,3%. O pa�s tem, ao todo, cerca de 50 milh�es de pessoas nessa idade. Desesperan�osos, cerca de metade (47%) deixaria o Brasil se fosse poss�vel. Ao redor de 70% revelam que t�m dificuldade de encontrar trabalho. A FGV Social j� havia apurado que 27,1% comp�em o grupo chamado de nem-nem, ou seja, n�o estudam nem trabalham.

Na contram�o do sentimento que a popula��o tem manifestado e das justas aspira��es – basta acompanhar e dar aten��o �s pesquisas, que n�o s�o as de inten��o de voto –, as articula��es pol�ticas predominam no Congresso por propostas para atender aos redutos eleitorais e a categorias beneficiadas na tentativa de reelei��o, como a press�o do governo federal pelo reajuste salarial dos trabalhadores da Seguran�a, e a majora��o sem precedentes do fund�o eleitoral. Enquanto isso, o sal�rio m�nimo � relegado a n�o mais que a recomposi��o da infla��o alta.

O piso salarial no Brasil � refer�ncia para 50 milh�es de pessoas, das quais 24 milh�es de benefici�rios do INSS. O desgaste for�ado pela crise pol�tica tamb�m � grande no dia a dia da Na��o, minando esfor�os que poderiam ser concentrados na proposi��o de medidas para destravar a economia e melhorar o combate � pandemia. Como disse o ministro aposentado do STF Marco Aur�lio Mello ao Estado de Minas, no v�cuo do Executivo, a corte � demandada por medidas essenciais que caberiam ao governo. Contudo, se na corrida eleitoral j� aberta os desejos e a busca da felicidade ainda pedem lugar, eles t�m, por sua vez, a for�a do voto que n�o tarda.


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