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Estado de Minas editorial

Os estragos da infla��o

Os economistas alertam que o impacto dos conflitos armados no Leste Europeu na economia brasileira s� est� come�ando


12/03/2022 04:00

A infla��o, que indicava al�vio a partir de abril pelas proje��es do Banco Central, voltou a mostrar que est� forte e que dar� muita dor de cabe�a nos pr�ximos meses. Mesmo sem os efeitos da guerra entre a R�ssia e a Ucr�nia, que provocou um estrago nas cota��es das commodities, em especial as do petr�leo, o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro atingiu 1,01%, o maior para o m�s desde 2015. No acumulado de 12 meses, a carestia cravou alta de 10,54%. Todos os grupos de pre�os pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) apresentaram eleva��o. A dissemina��o dos reajustes � tamanha que o �ndice de difus�o chegou a 75%. Isso quer dizer que quase oito em cada 10 produtos e servi�os monitorados pelo IBGE tiveram aumento.

As perspectivas s�o as piores poss�veis diante do mega-aumento dos pre�os dos combust�veis anunciado na quinta-feira pela Petrobras: 18,7% na gasolina, 24,9% no diesel e 16% no g�s de cozinha. As proje��es apontam para um impacto m�nimo de 0,6 ponto percentual na infla��o deste ano. Quando acrescidos os efeitos em cascata, j� que os combust�veis afetam todas as cadeias produtivas, o peso final poder� chegar a 1,5 ponto. Assim, o IPCA dever� encerrar o ano entre 7% e 8%. At� ent�o, as estimativas mais pessimistas eram de um custo de vida de 6%. Os principais prejudicados, como sempre, ser�o os mais pobres, que n�o t�m como se defender da onda de reajustes.

Os economistas alertam que o impacto dos conflitos armados no Leste Europeu na economia brasileira s� est� come�ando. Chegou, primeiro, aos postos de combust�veis, mas passar� em breve pelas f�bricas, pelas padarias, pelos supermercados. N�o haver� escapat�ria. A disparada das cota��es do petr�leo elevou os custos de mat�rias-primas da ind�stria qu�mica, a base de todo o sistema produtivo. Junto subiram os pre�os de gr�os como trigo, soja e milho e das carnes. Quer dizer: os alimentos ficar�o mais caros. N�o ser� surpresa, portanto, se o custo de vida, ao final de 2022, encostar nos 10%. Neste momento, a tend�ncia � de piora, n�o de melhora.

Isso vale, inclusive, para a atividade econ�mica. Os primeiros indicadores do ano – ind�stria, servi�os e varejo – apontaram fragilidade, mantendo as proje��es m�dias de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,5%. Como o Banco Central ser� obrigado a pesar ainda mais a m�o na taxa b�sica de juros (Selic) – na pr�xima semana, dever� subir de 10,75% para 11,75% ao ano –, o resultado tender� a ser ainda pior, com reflexos no mercado de trabalho. O pa�s estar� diante de uma combina��o explosiva: infla��o resistente, juros em alta e desemprego. Tudo em um ano de elei��es.

Tomara haja sensibilidade por parte das autoridades para a tomada de decis�es adequadas ante o quadro dram�tico que se desenha. Ainda que n�o resolvam todos os problemas, os projetos de lei aprovados pelo Congresso que mudam o sistema de tributa��o sobre combust�veis e criam uma conta de compensa��es para segurar as corre��es de pre�os feitas pela Petrobras s�o considerados um alento. Tamb�m ser� bem-vindo, se necess�rio, um programa de subs�dios para os derivados de petr�leo caso o barril do �leo, que custava US$ 80 antes do estouro da guerra e, agora, � negociado acima de US$ 110, continue apontando para cima. Com serenidade, ser� poss�vel minimizar a trag�dia da infla��o. � o que nos resta.
 


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