(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas editorial

O Dia dos Pais e a economia

Como explicar que, mesmo com a infla��o ainda alta, o endividado consumidor brasileiro movimente o otimismo dos empres�rios?


12/08/2022 04:00


�s v�speras dos Dia dos Pais, nem o endividamento, nem o clima de instabilidade pol�tica, nem a infla��o – que em 12 meses segue ainda acima de dois d�gitos, apesar de recuo em julho – parecem desanimar os consumidores, que, ap�s dois anos de restri��es mais rigorosas no conv�vio social, planejam presentear os homenageados do pr�ximo domingo. Ao menos � o que mostram estimativas da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), segundo as quais o volume de vendas para a data neste ano deve somar R$ 7,28 bilh�es.
 
O n�mero em si j� parece expressivo, mas � melhor quando visto em perspectiva. Em rela��o � mesma data de 2021, a alta estimada nos neg�cios � de 5,3%, aponta a entidade ligada ao com�rcio. Se a compara��o for com 2020, o quadro impulsiona ainda mais o otimismo dos comerciantes: o crescimento da expectativa de neg�cios � de 15,7% em rela��o ao Dia dos Pais do primeiro ano da pandemia.
 
J� � muito, considerando que empres�rios amargaram nos dois �ltimos anos os desempenhos mais modestos desde 2016, nessa que � considerada a quarta melhor data para o com�rcio varejista brasileiro. Por�m, as raz�es para comemorar s�o ainda maiores entre os lojistas quando se considera que as boas perspectivas de neg�cios ocorrem em um contexto em que o brasileiro anda declaradamente com a corda no pesco�o.
 
Pesquisa de Endividamento e Inadimpl�ncia do Consumidor (Peic), da pr�pria Confedera��o Nacional do Com�rcio, mostra que o comprometimento das contas dos brasileiros vem subindo de forma cont�nua nas duas faixas pesquisadas (entre rendimentos familiares maiores e menores que 10 sal�rios m�nimos), e atingiu no m�s passado nada menos que 78% dos lares, na m�dia. Pior: 29% das fam�lias t�m d�bitos atrasados, o maior percentual da s�rie hist�rica, e mais de 10% j� sabem que n�o ter�o como honrar seus compromissos.
 
Mas como explicar que mesmo com a infla��o tamb�m alta – o acumulado em um ano do IPCA chegou a 10,07%, h� 11 meses acima de dois d�gitos – o endividado consumidor brasileiro movimente o otimismo dos empres�rios? Quem procura analisar � a pr�pria Confedera��o Nacional do Com�rcio.
 
Para os t�cnicos da entidade, o primeiro fator � de certa forma �bvio: com o controle dos term�metros da pandemia, brasileiros voltaram �s ruas – e �s compras. Citando indicadores do Google, a CNC aponta que a circula��o de consumidores em estabelecimentos de com�rcio em julho foi 1,7% maior que a registrada antes do in�cio da crise sanit�ria. �ndice que parece pequeno, mas � expressivo se comparado com as quedas nesta �poca do ano em 2020 (-35,9%) e em 2021 (-12,4%).
 
O segundo aspecto apontado como decisivo para a estimativa de crescimento nos neg�cios � “a recomposi��o da massa de rendimentos por meio da libera��o de recursos extraordin�rios, tais como os saques nas contas do FGTS, antecipa��o de recursos do 13º sal�rio de aposentados e pensionistas do INSS e, principalmente, amplia��o do Aux�lio Brasil, tanto em termos de benefici�rios quanto do valor do benef�cio m�dio”. Para a entidade representativa do com�rcio, � esse dinheiro que tem sustentado o avan�o das compras.
 
Ou seja, otimismo de compradores e vendedores parece apoiado no que os cr�ticos do governo podem apontar como um “pacote de bondades” pr�-eleitorais de vida curta, e que os defensores da atual gest�o tendem a atribuir a algo como um conjunto de medidas de est�mulo � economia e de benef�cios sociais para fazer frente � crise deflagrada pela COVID-19.
 
De um ponto de vista ou de outro, o fato � que tais “medidas extraordin�rias” n�o se sustentam a m�dio e longo prazos. A boa previs�o de vendas para o Dia dos Pais precisa ser considerada dentro da perspectiva do futuro da economia no pa�s. H� que se comemorar a conjuntura e o leg�timo desejo de presentear, que faz mover as engrenagens econ�micas. Mas, dadas as raz�es que justificam o momento, � de se questionar se os mecanismos ter�o sustenta��o para se manter girando da mesma forma at� o Natal. Ou al�m.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)