Hoje � o Dia D da Campanha Nacional de Vacina��o contra Poliomielite e de Multivacina��o, voltada para a popula��o com menos de um at� 14 anos, promovida pelo Minist�rio da Sa�de. A iniciativa se estender� at� 9 de setembro. A meta � imunizar 95% ou mais da popula��o infantojuvenil, sobretudo contra a paralisia infantil.
Desde 1994, n�o foi registrado nenhum caso da doen�a, o que deu ao Brasil o certificado de erradica��o da poliomielite. Segundo especialistas, esta � uma sensa��o falsa, pois o v�rus (poliv�rus) ainda circula no Afeganist�o, na Nig�ria e no Paquist�o. Em fevereiro deste ano, em Malawi, ocorreu um surto da doen�a, o que surpreendeu os m�dicos, uma vez que desde 1992 n�o havia ocorr�ncia de casos nesse pa�s africano.
Diante desses casos, a Organiza��o Pan-americana de Sa�de (Opas) avisa que h� risco de os pa�ses ou continentes importarem o v�rus e ele voltar a fazer v�timas em outras na��es. O Brasil nem as demais na��es latinas est�o imunes a esse perigo, que se torna maior sempre que parte da popula��o desacredita da ci�ncia e n�o adere �s campanhas de vacina��o. O pior e o mais recente exemplo foi o comportamento de milhares de brasileiros que se recusaram a tomar a vacina contra o coronav�rus. Resultado: hoje, quase 700 mil brasileiros morreram de COVID-19 e 34,2 milh�es est�o infectados pelo Sars-Cov2. Em m�dia, ainda s�o registrados 200 �bitos pela doen�a diariamente.
Em 2017, imunologistas e epidemiologistas brasileiros notaram que houve uma profunda e preocupante queda nos n�meros de crian�as, jovens e adultos vacinados no pa�s. Atribu�ram o fen�meno a uma percep��o equivocada de parte da popula��o de que n�o havia necessidade de vacina��o. Uma vez que n�o s�o registrados mais casos, as doen�as tinham desaparecido. O engano foi fortalecido pela dissemina��o de fake news de que as vacinas eram vetores de doen�as e, portanto, deveriam ser evitadas. Na realidade, tratava-se de uma campanha de grupos de antivacinas, com a pretens�o de desqualificar os esfor�os de cientistas e pesquisadores em favor da vida. Em seguida, veio a fal�cia em torno da imunidade de rebanho, desmentida pelos especialistas. Tal condi��o s� pode ser atingida se todos os indiv�duos forem vacinados, o que reduz ou enfraquece a circula��o do v�rus.
O relaxamento em rela��o aos imunizantes, s� neste ano, levou � morte mais 1.500 pessoas que negligenciaram as vacinas contra a gripe, dispon�veis nas unidades de sa�de do pa�s. As doses de refor�o contra a COVID-19, em v�rias cidades, foram desprezadas e, em diferentes locais, acabaram no lixo pelo vencimento do prazo de validade. Um desperd�cio de dinheiro p�blico e aumento do risco de contrair o v�rus que mais matou pessoas nos �ltimos 100 anos.
A partir de hoje, al�m da poliomielite, a campanha oferecer� vacinas contra hepatite A e B, pentavalente (difteria, t�tano, coqueluche, meningite, hepatite B), febre amarela, tr�plice, tetra viral (sarampo, rub�ola, caxumba, varicela) e HPV. Assim, crian�as com 5 anos ou mais e os adolescentes at� 14 anos poder�o atualizar as carteiras de vacina��o. Uma oportunidade importante para que todos fiquem protegidos contra as doen�as evit�veis e para as quais a ci�ncia criou imunizantes em favor da vida.