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Estado de Minas editorial

Juros altos e inclus�o social

� necess�rio que as autoridades, independentemente da ideologia, estejam comprometidas com pol�ticas econ�micas consistentes


20/09/2022 04:00


O Banco Central brasileiro ter� o seu grande teste de independ�ncia nesta quarta-feira, quando definir� os rumos da taxa b�sica de juros (Selic), hoje em 13,75% ao ano. A 12 dias das elei��es presidenciais, parte do mercado financeiro n�o descarta a possibilidade de o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) ser obrigado a elevar mais uma vez o custo do dinheiro, mesmo com o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) registrando defla��o h� dois meses. Essa ala de especialistas acredita em aumento de 0,25 ponto percentual, para 14% anuais. A maioria, por�m, fala em estabilidade, mas descarta cortes na Selic t�o cedo. H� muitas incertezas no quadro macroecon�mico, sobretudo a partir de 2023, com o novo governo.
 
O Brasil aparece na lista dos pa�ses com as maiores taxas reais de juros do mundo, variando entre 6% e 8% ao ano quando descontada a infla��o projetada para os pr�ximos 12 meses. Foi a forma que o BC encontrou para tentar conter a escalada dos pre�os, agora amenizada por medidas pontuais tomadas pelo governo e pelo Congresso �s v�speras de os brasileiros irem �s urnas, como a redu��o de impostos sobre combust�veis e energia el�trica. A pr�pria autoridade monet�ria vem dizendo, em discursos de seus diretores e por documentos oficiais, que o momento ainda � complicado, com d�vidas no horizonte, pois os est�mulos dados pelo Planalto � economia produziram um crescimento acima do esperado, portanto, inflacion�rio.
 
Para a atividade produtiva, juros mais altos significam consumo menor e f�bricas ociosas. E esse cen�rio nada animador se reflete nas proje��es de incremento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem, em m�dia, de 0,5%. � nada para um pa�s com as demandas sociais do Brasil. Os analistas dizem, por�m, que esse � o pre�o a ser pago pelo descontrole da infla��o, que, em 12 meses, chegou a encostar em 12%. Melhor dar um freio na economia agora do que permitir que as remarca��es desenfreadas dos pre�os desestruturem por completo a ind�stria e o com�rcio. O pa�s, ressalte-se, tem um p�ssimo hist�rico em rela��o � carestia.
 
Amanh�, tamb�m, ser� anunciada a decis�o do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. A perspectiva de uma subida mais forte nos juros na maior economia do planeta provocou estragos na semana que passou. Somente no Brasil, as empresas negociadas em bolsa de valores perderam mais de R$ 102 bilh�es em valor de mercado. Trata-se de uma destrui��o de riqueza preocupante. A raz�o para isso � que os investidores preferem retirar parte do dinheiro aplicado em pa�ses emergentes, como o Brasil, onde as incertezas s�o grandes, e garantir a seguran�a dos t�tulos p�blicos norte-americanos. Os juros nos EUA devem aumentar 0,75 ponto, para um intervalo entre 2,25% e 2,50% ao ano.
 
Assim como o Brasil, os Estados Unidos sofrem com a infla��o alta. A diferen�a � que h� uma confian�a maior entre os investidores de que o custo de vida cair� mais r�pido na principal locomotiva do mundo do que no pa�s cuja economia � comandada por Paulo Guedes. Sendo assim, � melhor manter os recursos por l� do que no mercado brasileiro. Trocando em mi�dos, o Brasil precisa fazer um esfor�o redobrado para assegurar sua credibilidade. E isso implica juros sempre maiores do que na maior parte do planeta. 
 
Confian�a, sabe-se, n�o se constr�i da noite para o dia. Que o pr�ximo governo seja capaz de oferecer a previsibilidade que os donos do dinheiro exigem. O Brasil tem tudo para decolar, como se pode comprovar em um passado recente. Contudo, � necess�rio que as autoridades, independentemente da ideologia, estejam comprometidas com pol�ticas econ�micas consistentes, que, ao mesmo tempo, garantam o equil�brio das contas p�blicas, mas permitam investimentos em infraestrutura e a��es que reduzam o enorme fosso que separa ricos e pobres. Inclus�o social � essencial.


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