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Estado de Minas editorial

Corte de verbas na sa�de � um perigo

Antes mesmo de o corte de verbas ser sancionado pelo Congresso - espera-se que isso n�o aconte�a -, pacientes sofrem para preservar a sa�de


18/10/2022 04:00

Encerradas as elei��es, o Brasil ter� de se curvar � realidade e encarar problemas que hoje passam ao largo dos debates pol�ticos. Um dos mais graves deles � o corte de recursos da �rea de sa�de, previsto na proposta de Or�amento da Uni�o para 2023, que est� em tramita��o no Congresso. Somente o programa de preven��o, controle e tratamento de HIV/Aids, infec��es sexualmente transmiss�veis e hepatites virais poder� ficar sem R$ 407 milh�es, colocando em risco a sa�de de milhares de brasileiros que contam com a��es do governo para ter qualidade de vida. Um retrocesso sem tamanho.

� fundamental ressaltar que o Brasil foi pioneiro na preven��o e no tratamento da Aids. Ainda no in�cio dos anos 2000, o pa�s comprou uma briga com os maiores laborat�rios internacionais para a quebra de patentes de medicamentos e, assim, garantir um coquetel que reduzisse os riscos de morte de pessoas com o v�rus HIV. O conflito foi parar na Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), que encampou a posi��o brasileira. O sucesso foi tamanho que o Brasil se tornou refer�ncia no enfrentamento da enfermidade. E, mais importante, a partir do tratamento adotado, o total de �bitos foi quase a zero, pois doen�as oportunistas foram controladas.

O temor entre pacientes e entidades que os representam � de que n�o s� a oferta de rem�dios diminua, como n�o se adicione ao tratamento novos medicamentos que tenham efic�cia comprovada para o controle de enfermidades. S�o muitos os relatos em v�rias regi�es do pa�s de que j� se nota falta de f�rmacos em postos de distribui��o do coquetel anti-Aids. Ou seja, antes mesmo de o corte de verbas ser sancionado pelo Congresso – espera-se que isso n�o aconte�a –, pacientes sofrem para preservar a sa�de. 

"� um descaso com a sa�de e com a hist�ria recente do pa�s. O Brasil teve uma resposta exemplar � Aids em anos anteriores. Por que cortar o or�amento de um programa que � exemplar e que tem repercuss�o em outras patologias?", tem questionado Veriano Terto Junior, vice-presidente da Associa��o Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), respons�vel pelo Observat�rio Nacional de Pol�ticas de Aids. O quadro se torna mais grave porque, ao mesmo tempo em que se prop�e a retirada de recursos de programas t�o importantes, tamb�m n�o se investe em campanhas de esclarecimento e preven��o junto � popula��o.

Apesar de o n�mero de mortes por Aids ter diminu�do muito, as infec��es pelo v�rus HIV continuam frequentes, e atingindo, sobretudo, os mais jovens. Dados do Minist�rio apontam que, de 1980 a junho de 2021, foram registrados quase 1,1 milh�o de casos de Aids no Brasil, com concentra��o nas regi�es Sudeste (50,6%) e Sul (19,8%), seguidas por Nordeste (16,5%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (6,2%). Especialistas ressaltam que o sumi�o das campanhas informativas se deve a quest�es ideol�gicas, pois n�o se admite, dentro do governo, abordar o uso de preservativos e a educa��o social. Um conservadorismo perigoso.

O Minist�rio da Sa�de assegura que, independentemente da proposi��o de cortes de verbas em programas priorit�rios, a popula��o n�o ser� afetada e o atendimento continuar� sendo feito dentro da normalidade. Afirma, tamb�m, que h� espa�o de negocia��o com o Congresso para que a �rea seja preservada de eventuais perdas de recursos dentro do ajuste or�ament�rio. Contudo, entre o discurso e a pr�tica h� uma dist�ncia enorme. Quem precisa de tratamento n�o pode ficar � merc� de acordos pol�ticos nem ser submetido a vis�es arcaicas, que nada t�m a ver com a ci�ncia. Com vidas n�o se brinca. Que fam�lias Brasil afora n�o tenham de enterrar seus entes por neglig�ncia e descaso por parte do poder p�blico.


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