� dif�cil falar em comemora��o no Dia Nacional de Combate � Dengue, programado para este s�bado (19/11), quando os n�meros n�o s�o nem um pouco animadores. Desde que surgiu, h� 30 anos, o mosquito Aedes aegypti nunca foi dizimado. Pelo contr�rio, o transmissor se alastrou e novas doen�as surgiram, al�m da dengue – como a chikungunya e a zika.
Alguns equ�vocos podem explicar a dissemina��o dos criat�rios do mosquito. � um erro pensar que somente devemos nos preocupar com o Aedes no fim do ano, no per�odo de chuvas ou no calor. Ou ent�o nos preocupar apenas na �poca da fiscaliza��o, quando um funcion�rio da prefeitura faz uma visita �s resid�ncias, verificando pneus e vasos encharcados.
N�o � � toa que o Minist�rio da Sa�de lan�ou, em outubro, a campanha “Todo dia � dia de combater o mosquito”, na tentativa de mobilizar a popula��o sobre os perigos do inseto e a import�ncia de manter os ambientes secos.
Vacinas ou medicamentos espec�ficos para cada uma das doen�as n�o existem, deixando as autoridades de sa�de de m�os atadas. As estat�sticas est�o a� para todos verem. Somente este ano, at� a primeira quinzena de outubro, o aumento no n�mero de casos prov�veis foi de 184,6% se comparado ao mesmo per�odo de 2021. Foram 478,5 mil casos no ano passado, contra 1,3 milh�o neste ano, dos quais 909 mortes em 10 meses.
� verdade que fatores clim�ticos contribuem para o crescimento dos casos de dengue e de outras arboviroses. As altas temperaturas, em combina��o com a �gua da chuva, as condi��es de moradia de parte da popula��o brasileira e as mudan�as de circula��o dos sorotipos no ambiente explicam essa alta na transmissibilidade do mosquito.
N�o menos importante, at� meados de outubro, o Brasil notificou 168,9 mil casos de chikungunya e uma taxa de 79,2 casos a cada 100 mil habitantes, com 76 mortes confirmadas – um aumento de 86,9% nos casos.
No caso da zika – os dados referem-se � primeira quinzena de setembro –, foram 10,5 mil casos da doen�a, com 4,9 casos a cada 100 mil habitantes. Em rela��o ao mesmo per�odo de 2021, a eleva��o foi de 92,6%, ainda que sem mortes registradas por zika este ano.
Embora haja algum investimento por parte do Minist�rio da Sa�de – seja com pol�ticas p�blicas de sa�de, treinamento e orienta��o de t�cnicos, envio de inseticidas e larvicidas a estados e munic�pios e adequa��o de estrat�gias de combate ao mosquito –, as iniciativas s�o �nfimas frente � imensid�o do territ�rio nacional, suas desigualdades sociais e ader�ncia �s campanhas.
O Minist�rio da Sa�de, inclusive, divulgou recentemente o lan�amento de um projeto de vigil�ncia das arboviroses. No entanto, contratar 27 colaboradores para atuar em 27 unidades federativas n�o � exatamente um refor�o significativo. O que resta � a popula��o se conscientizar dos cuidados b�sicos de combate ao mosquito, bem ao estilo de “cada um cuida do seu” e Deus de todos n�s.