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O que essa tal de COP 27 tem a ver com voc�?

A cria��o do fundo de perdas e danos para pa�ses mais vulner�veis �s mudan�as clim�ticas, financiado por pa�ses mais ricos, � a maior conquista da COP 27


26/11/2022 04:00

Camila de Oliveira Viana
Gestora do Centro de Intelig�ncia em Sustentabilidade do Parque Tecnol�gico de Belo Horizonte (BH-TEC)
 
os �ltimos dias, voc� certamente ouviu falar da COP 27, que foi realizada por mais de 10 dias no Egito. Mas o que essas letrinhas e esses n�meros interferem na minha e na sua vida? Pra come�ar: COP 27 significa 27ª Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Mudan�as Clim�ticas. O encontro � anual e o Brasil tem papel hist�rico: foi a sede da primeira dessas confer�ncias, ainda em 1992, quando foi batizada de ECO92.
 
E essa confer�ncia foi criada por qu�?
O que motivou o primeiro evento – e assim continua at� o momento – � o fato de que a atividade humana e o desenvolvimento industrial causam grandes impactos ambientais no nosso planeta. Como os impactos s�o globais, s� � poss�vel frear – ou mesmo mitigar – esses efeitos a partir de um esfor�o conjunto das na��es.
 
Um dos efeitos mais percebidos mundialmente � o aumento da temperatura global. No ano de 2022, por exemplo, dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que ocorreu o inverno mais quente da hist�ria do Brasil. Ao redor do mundo tamb�m ocorreram, neste ano, recordes de inc�ndios e ondas de calor.
 
Ali�s, esta � uma quest�o importante! O aquecimento global resulta n�o somente em altera��es no perfil das esta��es do ano (ou seja, no padr�o de chuvas e estiagem), o que acaba ocasionando dificuldades de produ��o de alimentos. Mas tamb�m sucede no aumento de acidentes ambientais e maior probabilidade de ocorr�ncias de pandemias e crises econ�micas e sociais.
 
Esses ‘efeitos-cascata’ impactam diretamente a vida cotidiana de todas as pessoas.
Portanto, � preciso ter a compreens�o de que n�o estamos falando de uma vis�o rom�ntica de prote��o ambiental. Essa quest�o � econ�mica e financeira, e estamos falando tamb�m de riscos de neg�cios. No ambiente empresarial, esta pauta � resumida em tr�s letrinhas: E, S, G.
J� tinha ouvido falar nelas?
 
Sem consci�ncia = perda de dinheiro
A sigla ESG vem do ingl�s Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governan�a, ou ASG, em tradu��o livre), e � utilizada no universo empresarial para falar da pauta de sustentabilidade. Em 2004, foi publicado um relat�rio produzido por institui��es financeiras multimilion�rias (bancos e seguradoras) que usou pela primeira vez a sigla ESG.
 
Este documento trazia, atrav�s de recomenda��es apresentadas, um alerta sobre a import�ncia de considerar quest�es ambientais, sociais e de governan�a como direcionadores de investimentos.
Uma frase auxilia a compreens�o da discuss�o da �poca: “O que est� acontecendo em termos de tend�ncias sociais e ambientais na China e no Brasil ou em qualquer parte do mundo n�o � mais irrelevante para Wall Street”. � interessante observar que o que fomentou tais conclus�es – e ainda a elabora��o deste relat�rio/alerta – foi a an�lise dos dados das seguradoras e a constata��o do aumento dos disp�ndios financeiros frente ao aumento de eventos clim�ticos e acidentes ambientais.
Assim, podemos dizer que a sigla ESG tem sua origem na considera��o, por parte das institui��es financeiras, dos reflexos econ�micos e financeiros das mudan�as clim�ticas. Por isso, para investidores e institui��es financeiras, vale mais a pena investir em uma empresa que considera e atua ativamente na mitiga��o de seus impactos socioambientais. Pensando junto aos investidores, isso significa menos risco de perder dinheiro.
 
Em economia, os impactos socioambientais s�o relatados como externalidades – ou seja, s�o efeitos colaterais do neg�cio.
 
Atualmente, o paradigma das empresas que buscam estar alinhadas com os compromissos do desenvolvimento sustent�vel firmados nas COPs � a compreens�o dessas externalidades, e, portanto, dos riscos do seu neg�cio.
 
Assim, devemos partir do pressuposto que a busca por menores impactos socioambientais do seu neg�cio n�o � “apenas” uma demanda da sociedade, nem “s�” do mercado financeiro. Em outras palavras, o planeta, a sociedade e o mercado est�o ditando um novo momento, uma nova ‘ordem mundial’.
 
Estar ciente e acompanhar esta mudan�a pode garantir a longevidade do seu neg�cio e ainda auxiliar na identifica��o das oportunidades que surgem no processo, j� que grandes mudan�as estruturais ser�o necess�rias na mudan�a para uma economia menos poluente e de baixo carbono. � poss�vel perceber alguns impactos diretos no mundo dos neg�cios, como, por exemplo, na COP 26 foi firmado, atrav�s do Pacto de Glasgow, a redu��o do uso de carv�o e a redu��o de subs�dios para combust�veis f�sseis. Esses s�o grandes impactos para as companhias do setor energ�tico.
 
Ainda na COP 26 se deu in�cio � regulamenta��o do mercado de carbono. O entendimento deste “novo” mercado pode ser visto como um campo de oportunidades de neg�cio. Pensando no agroneg�cio brasileiro, as atividades agropecu�rias possuem grande potencial de sequestro de carbono (captura de gases do efeito estufa), o que nos permite imaginar o potencial de gera��o de cr�ditos de carbono, apenas deste setor.
 
Ap�s o t�rmino da COP 27, o clima � de conquista e tamb�m desilus�o entre especialistas. A expectativa foi de que a COP 27 avan�asse na operacionaliza��o do Acordo de Paris, criado em 2015, assim como na cria��o de novas metas e compromissos mensur�veis firmados, tendo como foco principal a crise clim�tica.
 
Por�m, as tentativas de efetiva��o do Acordo n�o prosperaram, sendo que era esperado um plano mais ambicioso de redu��o de gases de efeito estufa e, consequentemente, o uso de combust�veis f�sseis. Houve ainda o acr�scimo de uma nova categoria de energias de “baixas emiss�es”, o que foi recebido como grande retrocesso, visto que combust�veis f�sseis, como o g�s natural, possam ser considerados como “verdes”.
 
Mas um avan�o consider�vel foi feito nesta COP: a cria��o do fundo de perdas e danos para pa�ses mais vulner�veis �s mudan�as clim�ticas, financiado por pa�ses mais ricos. Esta meta esteve presente desde a ECO92, e em 2022 ela entra n�o s� na agenda oficial, como tamb�m no texto final, como a maior conquista da COP 27.
 
O fato � que o setor privado est� cada dia mais presente nestes eventos. Na COP 26, houve participa��o recorde de empresas. Isso revela a import�ncia estrat�gica deste evento, pois acompanhar a COP 27 � estar alinhado �s demandas globais de sustentabilidade.
� tamb�m conhecer perspectivas futuras do seu neg�cio para tomar decis�es hoje. � estar ligado na pauta ESG e pensar em como materializar sua contribui��o para o desenvolvimento sustent�vel. 


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