�ngela Mathylde Soares
Ph.D em neuroci�ncia, psicanalista e psicopedagoga
A campanha do Janeiro Branco � fundamental, pois, de acordo com dados da Associa��o Brasileira de Psiquiatria, j� s�o cerca de 50 milh�es de brasileiros, em idade produtiva, convivendo com algum tipo de transtorno psicol�gico. Outras faixas et�rias tamb�m s�o afetadas, incluindo idosos e crian�as, e os diagn�sticos variam de depress�o, transtornos de humor, d�ficit de aten��o e at� ansiedade
O movimento para promo��o da sa�de mental e bem-estar � essencial, uma vez que � necess�rio sensibilizar a sociedade e os profissionais sobre a import�ncia de cuidar da sa�de mental e emocional de forma adequada. Felizmente, dezenas de entidades j� aderiram ao processo e realizam atividades, como palestras e grupos de apoio, estimulando a��es preventivas e cuidados com a mente.
A campanha ocorre em janeiro por ser o primeiro m�s do ano e que sempre inspira as pessoas a refletirem sobre suas vidas e rela��es, planejando metas e objetivos. A cor branca � simb�lica e representa “folhas ou telas em branco” sobre as quais � poss�vel projetar, escrever ou desenhar expectativas, hist�rias, sonhos ou mudan�as, desejos e anseios que se quer concretizar.
A sa�de mental faz parte do trip� mantenedor do equil�brio para executar os objetivos de vida. � atrav�s dela que se persiste na luta pela realiza��o de sonhos, metas e planejamentos com maturidade. Afinal, quem n�o tem flexibilidade e regula��o emocional se perde em meio �s eventuais situa��es e conflitos do cotidiano.
� crucial que outras organiza��es e mais pessoas se juntem � campanha para ampliar a conscientiza��o sobre a necessidade dos cuidados com a sa�de mental e emocional. A verdade � que, muitas vezes, a preocupa��o est� mais na sa�de f�sica e deixa-se a sa�de mental de lado, por�m o alerta � que as duas �reas devem ter o mesmo n�vel de aten��o.
As doen�as ps�quicas apresentam sintomas comuns, como ansiedade e depress�o. Contudo, vale alertar que, durante a inf�ncia, por exemplo, a depress�o n�o se manifesta como tristeza, mas, sim, com agressividade, irritabilidade e birras. J� na fase adulta ou adolesc�ncia, � mais comum a ocorr�ncia de oscila��es de humor em n�vel de tristeza.
As crian�as ansiosas costumam demonstrar comportamentos como sono desregulado, vontade de isolamento, apetite excessivo ou escasso e timidez extrema. Em adultos e adolescentes, o excesso de ansiedade causa p�nico e sobrecarga de afazeres.
Os idosos tamb�m merecem aten��o, pois s�o o grupo que mais gera preocupa��o, devido a uma maior taxa de letalidade. Portanto, � preciso orient�-los com paci�ncia para preservar a sa�de.
O suic�dio e os pensamentos autodepreciativos tamb�m devem receber especial aten��o, pois s�o influenciados pela fragilidade mental e emocional, devido ou n�o a conflitos, processos de luto, perdas e traumas. A pessoa que n�o tem condi��o de elaborar e digerir esse sofrimento de forma saud�vel viver� esse sentimento muito mais intensamente, sentindo uma ang�stia muito grande. Os sentimentos provocam sintomas de ansiedade e depress�o, levando-se � cogita��o do autoexterm�nio.
A maioria dos casos pode ser evitada e a aten��o � essencial, pois um dos principais meios de preven��o est� no di�logo. Quando algu�m apresenta falta de interesse em atividades simples, necessidade de isolamento, ou, ainda, uma melhora repentina no est�gio de sofrimento, o que pode ser uma indica��o que j� est� decidida a atentar contra a pr�pria vida, s�o sinais para prestar aux�lio.
O transtorno mensal � grave e gera complica��es s�rias. A manuten��o de um di�logo com essa pessoa � essencial para ajud�-la, aos poucos, a compreender a import�ncia de reconhecer seus problemas e separ�-los do que, de fato, � uma doen�a. O controle da ansiedade tamb�m auxilia muito nesses casos para evitar a antecipa��o de situa��es com proje��o excessiva de um futuro que pode nem acontecer.
Quem se sentir sobrecarregado ou enfrentar alguns desses sintomas deve buscar ajuda profissional. A sa�de mental � importante para todos e merece ser tratada com a mesma seriedade e aten��o que se d� � sa�de f�sica. A recomenda��o � manter h�bitos saud�veis e distrair a mente. De uma forma geral, � essencial manter a calma. A situa��o pode ser muito estressante, mas as atitudes tomadas agora influenciar�o, consideravelmente, no futuro.