Ao assumir o cargo de ministra da Sa�de, N�sia Trindade anunciou o compromisso de retomar as campanhas de vacina��o. Cumpriu o prometido, a partir de fevereiro, a fim de elevar os �ndices de brasileiros imunizados em todas as faixas et�rias. Antes mesmo do ataque do coronav�rus, a popula��o estava infectada de distor��es sobre as vacinas, espalhada por fake news, produzidas por negacionistas. H� v�rios anos, o Programa de Imuniza��o Nacional (PIN) n�o alcan�a as metas estabelecidas pelo governo federal. Esse fen�meno ocorre, praticamente, no mundo inteiro, provocado pelos sabotadores da sa�de p�blica.
Mais uma vez, o Brasil n�o atingiu a meta de proteger 95% das crian�as brasileiras. Igual frustra��o ocorreu em rela��o ao sarampo e a outras doen�as preven�veis que afetam a inf�ncia. Nenhuma unidade da Federa��o alcan�ou o objetivo esperado, embora neste ano os resultados tenham sido melhores na compara��o com 2022, segundo avalia��o dos t�cnicos da Sa�de. A resist�ncia dos brasileiros tem facilitado o aumento do n�mero de pessoas afetadas pela COVID-19. Nos �ltimos dias, mais do que dobrou o n�mero de exames com resultado positivo para a cepa Eris, subvariante da �micron, com baixo potencial de letalidade. Essa expans�o ocorre, em sua maioria, entre os que se recusaram a tomar a bivalente — um refor�o contra a COVID-19.
O comportamento inadequado de pais, m�es e idosos, que se recusam a tomar as vacinas e a imunizar seus filhos, em diferentes faixas et�rias. Essa atitude abre janelas de oportunidades para que doen�as, at� ent�o consideradas superadas no pa�s, voltem a provocar trag�dias irremedi�veis, que deixam marcas pelo resto da vida. � o caso do v�rus da poliomielite, respons�vel pela paralisia infantil, que, h� alguns anos, foi considerado erradicado. Hoje, devido � queda do n�mero de vacinados, corre-se o risco de ele voltar a atacar.
Os esfor�os da nova equipe da sa�de precisam ser revigorados e mais intensos, seja com campanhas mais ousadas, seja por outros meios que conscientizem, quebrem a resist�ncia da popula��o e anulem as falsas informa��es disseminadas contra a vacina��o. Cabe ao poder p�blico — federal, estadual e municipal — facilitar e estimular as pessoas a buscarem os postos de vacina��o. Ou seja, se h� dificuldades de acesso �s unidades de sa�de, ent�o, o Estado deve providenciar postos m�veis, de forma que as vacinas cheguem aos cidad�os. O Brasil tem o maior e melhor programa de imuniza��o constru�do no planeta, reconhecido, inclusive, por na��es com elevado grau de desenvolvimento. O Sistema �nico de Sa�de (SUS) tem 18 vacinas dispon�veis, gratuitamente, para crian�as, jovens, adultos e idosos.
Os avan�os cient�ficos e tecnol�gicos exibidos ao mundo durante a pandemia do novo coronav�rus provou que os negacionistas e antici�ncia mentem. Mostrou tamb�m que todos os humanos — ricos, pobres, brancos e pretos — est�o suscet�veis ante a letalidade de um inimigo invis�vel. A COVID-19 mostrou que todos s�o iguais, fr�geis e vulner�veis. No passado, os cientistas levavam at� d�cadas para chegar a uma vacina. Entre o fim de 2019 e in�cio de 2020, o mundo se deparou com a maior crise sanit�ria dos �ltimos 100 anos, provocada pelo Sar-Cov-2. Mas, em menos de um ano — em meados de 2020 —, os cientistas tinham descoberto a vacina para combater o novo v�rus. Mais uma vez, ficou evidente que as vacinas salvam vidas e, portanto, n�o podem ser rejeitadas. Vacina � sa�de.