Muito se fala sobre a sa�de mental das pessoas no ambiente familiar, mas, no Setembro Amarelo - m�s de preven��o ao suic�dio -, o tema � ampliado e h� v�rios debates sobre a sa�de mental e o mercado de trabalho.
De acordo com o 1º Boletim Quadrimestral sobre Benef�cios por Incapacidade da Secretaria de Previd�ncia do Minist�rio da Fazenda, os transtornos mentais s�o a terceira principal causa de incapacidade no trabalho no pa�s.
A pesquisa “�ndice de Bem-Estar Corporativo (IBC) do mercado”, realizada pela Zenklub, plataforma sobre sa�de mental, mostra os n�veis de bem-estar emocional em 13 setores no 1º semestre de 2023. Nenhum dos setores avaliados chegou neste semestre ao �ndice m�nimo ideal de bem-estar que o estudo exige. Em uma escala de 0 a 100, os cinco setores com pior desempenho foram bens de consumo e varejo (57,8), imobili�rio (61,2), avia��o (61,7), automotivo (62,2) e seguradoras (62,7).
Um outro levantamento, desta vez da Vittude, revela que 33% dos colaboradores avaliados apresentaram algum tipo de transtorno mental em n�vel severo ou extremamente severo. Entre as patologias consideradas no estudo est�o: ansiedade, depress�o e estresse.
Esse cen�rio contribui diretamente para o aparecimento de quadros como o de burnout. Em um mundo cada vez mais exigente, que beira a “perfei��o”, as empresas e, consequentemente, seus funcion�rios s�o afetados f�sica e mentalmente. Alguns desenvolvem sintomas e doen�as que, juntos, podem se traduzir em burnout. Um estudo da International Stress Management Association (Isma) revela que o Brasil ocupa o segundo lugar em n�mero de casos diagnosticados, superado apenas pelo Jap�o, onde 70% da popula��o � afetada pelo problema.
Ana Tomazelli, psicanalista e CEO do Instituto de Pesquisas e Estudos do Feminino e das Exist�ncias M�ltiplas (Ipefem), diz que as pessoas ainda romantizam aquele sujeito “workaholic”, que pensa que, quanto mais rala, mais chances ter� de receber reconhecimento, o que raramente ocorre. Da� surgem os casos de exaust�o.
Al�m disso, existem algumas vari�veis respons�veis pelo adoecimento dos profissionais, como um (a) l�der que comete ass�dio (moral ou sexual), colegas que praticam bullying, cultura empresarial de performance com metas duras e inflex�veis, entre outros pontos que podem ser dif�ceis de serem levados � esfera judicial. Outros itens envolvem quest�es raciais e de g�nero – agravantes nesse contexto.
Esse d�ficit mental resulta em menor produtividade, o que representa uma perda de U$ 1 trilh�o na economia mundial. Na ordem inversa, a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) mostra que, para cada US$ 1 d�lar investido em a��es que promovem melhorias no bem-estar mental dos colaboradores – como f�rias-pr�mio, plano de sa�de etc. -, US$ 4 retornam em ganhos com produtividade.
Enfim, sigam os dizeres da OMS: ambientes de trabalho seguros e saud�veis s�o um direito fundamental. Cabe�a no lugar, maior concentra��o, menos tens�es e, logicamente, maior produtividade.