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Estado de Minas editorial

Sa�de p�blica, desafio global

O cidad�o tamb�m tem o dever de contribuir para mitigar os riscos de uma emerg�ncia sanit�ria


12/09/2023 04:00
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Em entrevista aos Di�rios Associados, no �ltimo domingo, a ministra da Sa�de, N�sia Trindade, resgatou a import�ncia de uma pol�tica p�blica de sa�de para combater pandemias e outras emerg�ncias sanit�rias. Trindade vai al�m: afirma que a trag�dia da COVID-19 deixou como doloroso ensinamento de que n�o � poss�vel falar em coopera��o internacional e programas de desenvolvimento sem levar em conta as quest�es de sa�de. 
 
Oficialmente, a pandemia matou 7 milh�es de pessoas. Mas a Organiza��o Mundial da Sa�de estima que esse n�mero pode chegar a 20 milh�es – praticamente o triplo de casos fatais. A disparidade reside precisamente na disparidade das pol�ticas p�blicas de sa�de, que se manifesta inclusive na coleta de dados. Ainda � recente na mem�ria nacional, para exemplificar, as manobras do governo Bolsonaro em escamotear o avan�o da pandemia. Foi preciso que se criasse uma contabilidade paralela, lastreada nas estat�sticas das secretarias estaduais de sa�de, para mostrar � sociedade brasileira o real diagn�stico da COVID. Tempos obscuros. 
 
Na pr�xima semana, a ministra N�sia Trindade acompanhar� o presidente Lula na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Participar� de tr�s reuni�es de c�pula para tratar especificamente de quest�es ligadas � sa�de. A t�nica dos encontros � precisamente encontrar caminhos para que governos possam dar respostas r�pidas e eficientes ao avan�o de doen�as infecciosas, como COVID e tuberculose. Nesse contexto, � fundamental fortalecer o atendimento prim�rio. Urge ampliar a estrutura p�blica – particularmente em pa�ses com grande desigualdade social, como o Brasil – para que a popula��o mais vulner�vel n�o seja ainda mais penalizada por viver em condi��es prec�rias. 
 
Robustecer o Sistema �nico de Sa�de significa, portanto, investir no futuro. Trata-se de a��o essencial para evitar gastos emergenciais com interna��o, tratamento e recupera��o de cidad�os acometidos por doen�as com potencial end�mico. A trag�dia da pandemia de COVID-19 mostrou, de maneira cristalina, que � preciso buscar uma estrutura que permita ao governo ter instrumentos adequados de enfrentamento de crises dessa magnitude – prepara��o esta que vai da disponibilidade de profissionais � produ��o de insumos. “A pandemia � um marcador social de muitos problemas, que v�o desde a estrutura��o adequada dos sistemas de sa�de e a sua capacidade de responder a situa��es de emerg�ncia at� essas quest�es da industrializa��o necess�ria”, resume Trindade. Trata-se, portanto, de uma diretriz de Estado, da qual nenhum governo que preze a vida dos cidad�os pode prescindir. � um esfor�o que transcende governos, incompat�vel com vis�es terraplanistas de pol�ticas de sa�de. 
 
� preciso lembrar, ainda, que sa�de p�blica de qualidade n�o constitui tarefa apenas do gestor de plant�o. O cidad�o tamb�m tem o dever de contribuir para mitigar os riscos de uma emerg�ncia sanit�ria. Em 2023, o pa�s est� em plena guerra das vacinas, a fim de convencer uma parcela significativa da popula��o sobre a fulcral import�ncia de aderir � imuniza��o. O governo tem investido em campanhas, mas ainda h� tempo para o brasileiro despertar a autoconsci�ncia, o esp�rito c�vico e a empatia. O Brasil j� foi refer�ncia na erradica��o e enfrentamento de doen�as como p�lio, tuberculose e var�ola, mas sofre hoje de baix�ssima cobertura vacinal. Al�m de cobrar dilig�ncia das autoridades, a sociedade precisa valorizar e colaborar para que se cumpra o preceito constitucional de que sa�de � direito de todos e dever do Estado.


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