Luiz Carlos Amorim*
Florian�polis
“Recebi um post no WhatsApp da minha amiga Chris Abreu, poeta dos dedos cheios de poesia, de um mensageiro-poeta. Sim, mensageiro mesmo, funcion�rio dos Correios que se encantou com a poesia e passou a ser carteiro-poeta. Ele passou a entregar as cartas com poemas: entregava a correspond�ncia com uma folha no meio que continha um poema e o poema, quase sempre ou sempre, era dele.
Tenho escrito muito sobre as tantas maneiras que tantas pessoas encontram para divulgar a poesia. E essa � uma maneira bem original. O carteiro-poeta Cleyton Mendes, com sua poesia misturada � correspond�ncia, me lembrou o meu projeto Poesia Carimbada, que consistia em carimbos que imprimem poemas inteiros, que eu usava em minha correspond�ncia enviada, no verso do envelope, quando a gente enviava cartas escritas pelo correio. As pessoas recebiam minhas cartas, sobre o assunto que fosse, com um poema carimbado no envelope.
A� me vem o poeta-carteiro, entregando a sua poesia em domic�lio. Tem coisa mais bonita? Receber not�cias boas, outras nem tanto, contas etc. e – pasmem – poesia. Um poema do carteiro-poeta, para alegrar o dia, como este: ‘Sorria / pra afastar a melancolia. / Sorria / pois pra tristeza / � a melhor terapia. / Sorria, / sorria, / S� ria / Pois o seu riso / � pura poesia’.
Como o pr�prio carteiro-poeta diz, 'ele � portador da poesia-mensageira: carteiro leva mensagem para as pessoas; poesia leva uma mensagem para a alma, para os cora��es'. Ele diz tamb�m que 'a poesia n�o est� s� nos livros, a poesia est� no olhar de quem v�'. E n�o � verdade? A poesia pode estar em tudo, depende da nossa capacidade de v�-la. Ent�o, ela est� dentro do nosso olhar.
Obrigado, poeta-carteiro, por ser mensageiro da poesia. Escreva muitos poemas e seja o mensageiro que vai levar a poesia at� o ouvinte, at� o leitor. O mundo est� muito duro, ele precisa de poesia para mudar para melhor. A poesia � necess�ria. Ainda mais nos tempos atuais, com a pandemia grassando e deixando a nossa vida e o nosso mundo mais complicados.
E para terminar, a mesma Chris dos dedos cheios de poesia me avisa que aquelas pessoas que ficam nas sinaleiras pela cidade est�o distribuindo o qu�? Poesia. Manuscrita, escrita em pequenas folhas de caderno, oferecidas quando o sinal fecha e o sinal se abre para a poesia.
Obrigado a todos voc�s, multiplicadores da poesia. Eu os sa�do. Este � o meu tributo a voc�s.”
* Escritor, editor e revisor