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Estado de Minas MEDICINA DO FUTURO

Novo coronav�rus: a ci�ncia em busca de respostas

Tratamentos j� usados anteriormente, associados a novas descobertas, t�m sido testados a fim de comprovar efic�cia no combate � COVID-19


Medicina do Futuro
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Medicina do Futuro
postado em 12/07/2020 04:00 / atualizado em 01/12/2020 11:26

(foto: Gerd Altmann/Pixabay)
(foto: Gerd Altmann/Pixabay)

Em meio � urg�ncia de encontrar a cura, o tratamento adequado ou mesmo uma forma de imuniza��o contra a COVID-19, que j� provocou a morte de milhares de pessoas, pesquisadores e cientistas no Brasil e no mundo se debru�am em busca de respostas.

Estudos
v�m sendo desenvolvidos, muitos com base em tratamentos j� utilizados no combate a outras doen�as, a fim de conter a a��o do novo coronav�rus.

De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), cerca de 130 estudos sobre vacinas est�o em desenvolvimento em todo o mundo. Em Minas, come�am na pr�xima segunda-feira (dia 13) as inscri��es para os interessados em participar de testes da fase 3 da CoronaVac, vacina contra o novo coronav�rus, desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac Biotech.

Os testes devem come�ar no pr�ximo dia 20. O processo ficar� a cargo do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de F�rmacos (CPDF) do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB UFMG), sob orienta��o do Instituto Butantan, de S�o Paulo.

Al�m de trabalhar diretamente com pacientes infectados com a COVID-19, os interessados precisam preencher outros requisitos, como ter mais de 18 anos, n�o ter infec��o pr�via pela doen�a, n�o participar de outros estudos, n�o estar gr�vida ou pretender engravidar nos pr�ximos meses, n�o ter outras doen�as ou outras altera��es que impe�am a vacina��o.

“O teste com esse p�blico, que est� o tempo todo em contato com o v�rus, vai permitir que os resultados sejam mais r�pidos”, explica o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Cerca de 9 mil volunt�rios v�o participar dos testes. Em Minas, ser�o selecionados 800 candidatos. Parte do grupo receber� o ant�geno e outro, placebo. A expectativa, segundo Covas, � de que esse processo seja feito at� outubro deste ano. O Instituto Butantan tem capacidade para produzir 100 milh�es de doses da vacina.

Ricardo Palacios, diretor m�dico de pesquisa cl�nica da institui��o, pontua que os resultados iniciais da pesquisa s�o promissores. “A Sinovac conseguiu adaptar muito rapidamente todo o aprendizado para fazer a vacina e modificar para o novo coronav�rus. Ela consiste em part�culas inativadas do v�rus causador da COVID-19 adsorvidas em um adjuvante chamado hidr�xido de alum�nio. Por ser v�rus inativado, � uma vacina muito segura. Uma vez que esse v�rus inativado � injetado no organismo, a pessoa gera anticorpos contra as prote�nas desse v�rus, assim, quando chegar o verdadeiro v�rus, a pessoa vacinada j� ter� anticorpos para neutraliz�-lo, n�o causando a doen�a”, explica.

Palacios destaca, ainda, a import�ncia de que todas as pesquisas direcionados ao combate do novo coronav�rus sejam embasadas cientificamente e sem qualquer interesse, a fim de proteger a popula��o da COVID-19.

“Para um v�rus n�o h� nacionalidades, ideologias ou matizes pol�ticas. Todos somos potencialmente suscet�veis � contamina��o, independentemente do que acreditamos ou n�o. Portanto, gostar�amos de ver a ci�ncia embasando cada vez mais as decis�es, antes de qualquer outro tipo de interesse e/ou motiva��o. O alinhamento de discurso entre as diferentes esferas desde o n�vel mundial at� o n�vel local ajudaria muito em orienta��o � popula��o”, pontua.
 
 
Ricardo Palacios, diretor médico de pesquisa clínica do Instituto Butantan, defende a importância de que todas as pesquisas sejam embasadas cientificamente e sem qualquer interesse (foto: Instituto Butantan/divulgação)
Ricardo Palacios, diretor m�dico de pesquisa cl�nica do Instituto Butantan, defende a import�ncia de que todas as pesquisas sejam embasadas cientificamente e sem qualquer interesse (foto: Instituto Butantan/divulga��o)
 
 

NOVA FRENTE 


Outra esperan�a vem da parceria anunciada no fim de junho pelo Minist�rio da Sa�de para desenvolvimento e acesso � vacina para COVID-19. A ideia � importar a tecnologia que vem sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laborat�rio ingl�s AstraZeneca e replic�-la nacionalmente pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz). E, segundo o Minist�rio da Sa�de, pode garantir a oferta de pelo menos 100 milh�es de doses da vacina no Brasil a partir de dezembro.

O acordo prev� investimento de US$ 127 milh�es do Brasil no desenvolvimento da vacina e vai permitir que a tecnologia de produ��o e envase dessa vacina seja transferida para o pa�s. A expectativa � que, na primeira fase, o Brasil tenha 30,4 milh�es de doses da vacina, sendo 15,2 milh�es em dezembro e mais 15,2 milh�es em janeiro de 2021.

Essas doses seriam oferecidas prioritariamente � popula��o de risco. Ou seja, aos idosos, �s pessoas com comorbidades, aos profissionais de sa�de e aos profissionais de seguran�a. Depois disso, seria ampliada a transfer�ncia de tecnologia e o Brasil poderia produzir mais 70 milh�es de doses da vacina.

USO DE PLASMA 


Estudos est�o sendo desenvolvidos tamb�m na busca da cura de pacientes j� infectados. A Mayo Clinic analisa o uso de plasma convalescente para tratar pessoas contaminados pelo Sars-Cov-2.

O m�todo consiste em coletar amostras de sangue de pessoas j� curadas para que seja usado no tratamento de pacientes em quadro grave de COVID-19, o que j� foi feito anteriormente, com sucesso, no tratamento da febre hemorr�gica argentina.

No entanto, Michael Joyner, coordenador da pesquisa, pontua que os resultados mais promissores quanto � testagem do procedimento se deu com a introdu��o desse tipo de tratamento ainda nos primeiros dias de interna��o do paciente.

“O plasma deve ser usado antes do paciente ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e administrado em uma dose de 300 mililitros, assim que os pacientes forem admitidos no hospital, junto com corticoide. Ainda n�o h� comprova��o de efetividade, por isso estamos trabalhando em conjunto com especialistas em estat�sticas e com o governo para que, assim, os resultados possam ser analisados com cuidado.”

Esse tipo de parceria, segundo Joyner, � o que se assemelha a uma partida de futebol, na qual todos os lances precisam ser decididos por meio do apito do juiz. Isso porque, para que esse tipo de tratamento seja aprovado e comprovado como eficaz, os especialistas em estat�sticas, respons�veis pela observa��o precisa dos dados, ser�o os chamados ju�zes, e dar�o o veredito final.

“Estamos muito felizes com os resultados at� aqui encontrados, sem nenhum efeito colateral consider�vel, e em breve publicaremos um novo estudo, junto com o governo dos Estados Unidos, no qual apresentaremos os resultados atualizados”, diz.

Al�m disso, uma pesquisa, tamb�m feita pela Mayo Clinic, apontou que a administra��o de gorduras insaturadas tende a causar todo o espectro de agravamento do quadro cl�nico de pacientes infectados pelo Sars-Cov-2, incluindo choque, insufici�ncia renal, les�o linfocit�ria, baixa contagem de plaquetas e leuc�citos, e baixo n�vel s�rico de c�lcio e albumina.

“Portanto, o resultado deste estudo mostra uma terapia de apoio de baixo risco e baixo custo, que pode ser administrada por um cl�nico geral e n�o requer um especialista. A �nica linha para COVID-19 �: mantenha o c�lcio e a albumina s�ricos normais desde o in�cio da doen�a. N�o deixe eles ca�rem. Depois que a insufici�ncia de �rg�os ocorre, a corre��o de um baixo teor de c�lcio ou albumina pode n�o ajudar”, explica Vijay Singh, gastroenterologista da Mayo Clinic.

Para Joyner, o Brasil, como um dos l�deres do controle do v�rus da aids, obtendo resultados, como dito por ele “fant�sticos”, deveria investir e, com a infraestrutura existente no pa�s, realizar estudos e pesquisas, bem como auxiliar e oferecer suporte aos demais m�todos testados no mundo.


RESPIRADORES 


� o que tem feito a Divis�o de Inova��o e Qualidade do Instituto Mau� de Tecnologia, de S�o Paulo. De acordo com o chefe do departamento, Claudio Foltran Rodrigues, o projeto desenvolvido pela institui��o consiste na elabora��o e testagem de ventiladores mec�nicos a fim de serem usados no controle dos sintomas causados pela COVID-19.

“O respirador foi desenvolvido com o acompanhamento de m�dicos com comprovada experi�ncia em terapia intensiva e atendimento de pacientes infectados pelo Sars-Cov-2. Entre os principais pontos de controle, temos volume de ar fornecido ao paciente, frequ�ncia respirat�ria, press�o Peep, fra��o de oxig�nio ofertado ao paciente, entre outros”, elucida.

Para que o projeto continue em a��o e forne�a esse tipo de ajuda ao tratamento de pacientes em casos graves da doen�a, ainda � aguardada a valida��o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) quanto ao uso do ventilador. O processo j� est� em andamento.

* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram

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