O Sistema �nico de Sa�de (SUS) sempre � associado a filas, longas esperas por exames e procedimentos de maior complexidade. Mas � uma refer�ncia mundial em sa�de universal. Todos os brasileiros e estrangeiros residentes ou tempor�rios t�m acesso ao atendimento gratuito.
A porta de entrada � a unidade b�sica de sa�de. Uma vez cadastrado, o cidad�o tem garantido atendimento na rede p�blica em qualquer parte do territ�rio nacional, mesmo em situa��o de emerg�ncia.
Com a vantagem de um cadastro em rede, onde qualquer atendimento, de urg�ncia ou eletivo, o especialista m�dico tem dispon�vel o hist�rico de sa�de do paciente e todos os procedimentos realizados atrav�s do Programa de Sa�de da Fam�lia (PSF).
Com o contrato de trabalho suspenso devido � pandemia do coronav�rus, Carla Roberta Pereira Silva, de 33 anos, com tr�s filhos adolescentes, h� pouco mais de um ano adotou a pequena Ester aos nove meses (hoje com 2 anos). Ester Almeida da Silva sempre foi acompanhada pelas equipes do PSF do posto de sa�de no Barreiro de Cima, em BH. A ca�ula da fam�lia foi diagnosticada com um tumor no olho direito, que precisou ser extra�do.

Estou sem rendimentos e considero uma b�n��o ter acesso a todo esse acompanhamento. O tratamento continua e meus gastos se resumem a alguns medicamentos e insumos para os curativos”
Carla Roberta, de 33 anos, com a filha Ester, de 2, diagnosticada com um tumor no olho direito: cirurgia e acompanhamento pelo SUS
Sem fonte de recursos, a m�e da garota conta a trajet�ria desde o diagn�stico at� cirurgia. “Foi tudo muito r�pido e a aten��o que recebemos das equipes m�dica e de enfermagem foi excepcional.” Em janeiro, a menina apresentou uma inflama��o ocular e a m�e se dirigiu ao posto. “A pediatra do posto imediatamente nos encaminhou ao Hospital de Olhos da Santa Casa. O atendimento tamb�m foi imediato”, diz.
Carla conta que a filha passou por diversos especialistas, “uma verdadeira junta m�dica”, e incont�veis exames, at� que foi diagnosticado o tumor. “Com uma semana do diagn�stico, ela foi para a cirurgia para extra��o do olho” (no in�cio de junho). Ela se diz impressionada pela agilidade e carinho com que foram tratadas. Ester ainda precisou de nova cirurgia para enxerto e alguns meses � frente colocar� uma pr�tese.
“Estou sem rendimentos e considero uma b�n��o ter acesso a todo esse acompanhamento. O tratamento continua e meus gastos se resumem a alguns medicamentos e insumos para curativos”, afirma.
Ester vem recebendo atendimento psicol�gico e a pr�tese ser� fornecida pelo SUS. “Disseram que pode demorar um pouco, mas vou precisar aguardar, uma vez que o custo � em torno de R$ 3 mil.”
Ester vem recebendo atendimento psicol�gico e a pr�tese ser� fornecida pelo SUS. “Disseram que pode demorar um pouco, mas vou precisar aguardar, uma vez que o custo � em torno de R$ 3 mil.”
ATENDIMENTOS
Em maio, 3,6 milh�es de pessoas com sintomas de gripe procuraram os servi�os de sa�de, mais de 80% dos atendimentos foram na rede p�blica, segundo dados da pesquisa PNAD-COVID-19, publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) em 16 de junho. Justo no momento em que se discutia “corte de gastos p�blicos” em �reas como a sa�de, a pandemia do coronav�rus mostrou a import�ncia de um sistema p�blico forte, qualificado e articulado para combater a doen�a.
Entre os 3,6 milh�es que procuraram atendimento, podendo ter buscado mais de um tipo, 43,6% foram ao posto de sa�de, Unidade B�sica de Sa�de (USB) ou Equipe de Sa�de da Fam�lia; 23,4% ao pronto-socorro do Sistema �nico da Fam�lia ou Unidade (SUS) de Pronto-Atendimento (UPA) e 17,3% a hospitais do SUS. Todos componentes do sistema universal de aten��o � sa�de, que come�ou a ser constru�do no Brasil a partir da Constitui��o de 1988.
“O sistema universal garante acesso a toda a popula��o e tem papel fundamental para um problema t�o complexo. Se pensarmos na constitui��o de temas coletivos, de abordagens coletivas, que envolvem toda a popula��o de um munic�pio como Belo Horizonte, s� conseguimos com sistema de sa�de forte. Considerando situa��es especiais como vulnerabilidades sociais, bols�es de pobreza, doen�as cr�nicas, maior complexidade cl�nica das pessoas com maior risco da doen�a. Tudo isso se consegue com um sistema universal, aten��o prim�ria forte”, observa Taciana Malheiros Lima Carvalho, subsecret�ria de aten��o � sa�de da Prefeitura de Belo Horizonte.
O SUS � o sistema com maior programa de imuniza��o, com oferta de vacinas, de dispensa��o de medicamentos, vigil�ncia sanit�ria e da �gua, Samu, hospitais porta aberta, “� muito maior que assist�ncia da sa�de, evidente em momento de pandemia, s�o atendimentos a acidentados, procedimentos de alta complexidade”, diz a subsecret�ria. Trata-se um projeto onde s�o aplicados “45% do total de gastos na sa�de, para atender 100% da popula��o”.
Essa pandemia revelou a necessidade de sermos efetivamente mais �geis e principalmente ter processos de trabalho cada vez mais qualificados e operacionais.
“De uma forma geral, n�s qualificamos internamente muitos processos de aquisi��o, cess�o e doa��o de bens. Houve a organiza��o da Sala de Situa��o em Sa�de, das unidades de Resposta R�pida (plant�es telef�nicos) da rede de laborat�rios estaduais. A pesquisa foi refor�ada visando ao objetivo pr�tico e envolve hoje tanto o Hemominas quanto o Instituto Ot�vio Magalh�es, ligado � Funda��o Ezequiel Dias (Funed), na busca por qualifica��o de testes e valida��o de medicamentos”, explica o secret�rio de Sa�de de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral.
“De uma forma geral, n�s qualificamos internamente muitos processos de aquisi��o, cess�o e doa��o de bens. Houve a organiza��o da Sala de Situa��o em Sa�de, das unidades de Resposta R�pida (plant�es telef�nicos) da rede de laborat�rios estaduais. A pesquisa foi refor�ada visando ao objetivo pr�tico e envolve hoje tanto o Hemominas quanto o Instituto Ot�vio Magalh�es, ligado � Funda��o Ezequiel Dias (Funed), na busca por qualifica��o de testes e valida��o de medicamentos”, explica o secret�rio de Sa�de de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral.
A Funda��o Hospitalar do Estado de Minas (Fhemig), por meio do Hospital Eduardo de Menezes, faz parte de estudos multic�ntricos vinculados ao Minist�rio da Sa�de. Ent�o, toda a rede de sa�de do estado teve uma qualifica��o e um engajamento grandes na pesquisa, observa Amaral.
Personagem da not�cia
D�bora Matos Ribeiro,
de 27 anos, estudante de t�cnica de enfermagem
Experi�ncia positiva
“Resido no Bairro Novo Floren�a, em Ribeir�o das Neves, na RMBH. Quando me casei, eu e meu marido, Rog�rio de Almeida Tavares, de 28 anos, fizemos cadastro no Programa Sa�de da Fam�lia local. Foi em 2011, lembro-me de que marquei um ginecologista e a consulta demorou dois anos. J� houve muita defici�ncia de atendimentos, demoras e filas, mas reconhe�o que hoje melhorou muito. Atualmente, n�o faltam ginecologistas no posto. Toda quinta-feira tem o profissional para atender �s pacientes. Os agentes de sa�de passam nas ruas marcando as consultas de quem tem acompanhamento continuado. O pr�-natal e puericultura do meu filho Roger (hoje com 6 anos) foi todo feito no posto. A pediatra era uma m�dica cubana excelente. Meu sogro, Valdivino Tavares de Paula, de 53, tamb�m � usu�rio do SUS. Ele faz hemodi�lise h� tr�s anos. Uma van busca ele em casa, em Ribeir�o das Neves, tr�s vezes por semana, e o leva ao hospital, em Venda Nova, e o transporta de volta para casa. Considero que ainda h� o que melhorar no SUS, mas pessoalmente n�o tenho nada a reclamar.”
"Considerando situa��es especiais como vulnerabilidades sociais, bols�es de pobreza, doen�as cr�nicas, maior complexidade cl�nica das pessoas com maior risco da doen�a. Tudo isso se consegue com um sistema universal, aten��o prim�ria forte”
Taciana Malheiros Lima Carvalho, subsecret�ria de aten��o � sa�de da Prefeitura de Belo Horizonte