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Estado de Minas

Manuela D' �vila fala sobre sobre os direitos dos homossexuais

Presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara, a deputada federal reeleita diz n�o ver mist�rio nos embates sobre os direitos dos homossexuais e a Comiss�o da Verdade


postado em 08/03/2011 10:16

A ga�cha Manuela D’�vila � a primeira comunista a assumir a Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias da C�mara. Credenciada por uma reelei��o com quase meio milh�o de votos e, pela segunda vez seguida, sendo a deputada mais votada do Rio Grande do Sul, a parlamentar ter� assuntos pol�micos para administrar, incluindo projetos relacionados aos direitos dos homossexuais e � instala��o da Comiss�o da Verdade, que investigar� crimes da �poca em que o Brasil vivia sob o comando dos militares. Al�m disso, receber� quest�es ligadas ao Plano Nacional de Direitos Humanos, um dos principais alvos de cr�ticas durante a campanha presidencial da ent�o candidata Dilma Rousseff.

O comando da comiss�o, no entanto, n�o � o �nico desafio que Manuela ter� de enfrentar. Workaholic assumida, a integrante do PCdoB lidera a Frente da Liberdade da Internet, comanda a bancada ga�cha na Casa e, mesmo afirmando que a prioridade s�o as atividades parlamentares, aspira ocupar a cadeira de prefeita de Porto Alegre nas elei��es municipais do pr�ximo ano.

“Sou uma mulher comum, que tem sonhos, como qualquer outra pessoa. Mas n�o entrei na pol�tica por um objetivo pessoal. Desde que disputei a prefeitura, em 2008, desenvolvi um sentimento forte de ajudar o estado l�, em quest�es regionais, mas vivo um momento de cada vez. Agora, sou deputada federal”, afirma a jovem de 29 anos, apontada, desde o primeiro mandato, como musa do Congresso. O assunto, por�m, tira Manuela do s�rio. A atua��o na legislatura passada e a corrobora��o dos eleitores nas urnas conferem � ga�cha status de uma das deputadas mais influentes da Casa.

Em entrevista, ela fala sobre a estrat�gia para garantir uma tramita��o menos complicada a projetos pol�micos, sobre a dificuldade em discutir determinados assuntos no Congresso e sobre a rela��o entre o grande volume de trabalho e os planos futuros. A senhora vai presidir uma das comiss�es mais complicadas desta legislatura.

Por que complicada?

Porque h� temas espinhosos l�. O deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) falou sobre o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que garante o direito dos homossexuais ao casamento civil. A presidente Dilma Rousseff j� mostrou que far� for�a para que a Comiss�o da Verdade seja aprovada. H� ainda o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH).

N�o s�o temas pol�micos?

Primeiro, temos de separar o que s�o pol�micas de um grupo pequeno de parlamentares e pol�micas na sociedade. Por exemplo, o tema da uni�o civil entre homossexuais estabelece uma pol�mica com um setor da C�mara que � legitimamente organizado. No entanto, esse grupo n�o dialoga com a maior parte da popula��o brasileira, que, na minha opini�o, n�o � homof�bica. Tenho convic��o de que, se consultarmos cada um dos 513 deputados, a maioria se posicionar� favor�vel ou dir� que n�o v� problema em duas pessoas do mesmo sexo viverem juntas. Ent�o, qual � a dimens�o real dessa pol�mica? Alguns grupos ou pessoas ganham destaque maior do que realmente t�m, de fato, aqui na C�mara e passam uma imagem de que a Casa � mais conservadora do que � de fato.

Mas v�rios desses temas entraram na pauta das �ltimas elei��es, inclusive na campanha da ent�o candidata Dilma Rousseff, e muitos pol�ticos recuaram ou deram uma amenizada no discurso. A senhora acha que ser� f�cil discutir esses projetos com parlamentares?


S� acho que temos de saber exatamente qual � a real dimens�o da pol�mica, mesmo na sociedade. Quando alguns grupos organizados de alguns segmentos se posicionaram fortemente contra os direitos dos homossexuais na campanha, a sociedade brasileira reagiu. Por isso, n�o julgo o nosso povo t�o conservador como esse segmento. Isso n�o significa que essa parte mais conservadora n�o tenha uma dimens�o, um peso aqui dentro do Congresso.

Quais ser�o suas estrat�gias, ent�o, para que esses projetos tenham tr�mites menos complicados?

Acho que teremos dificuldades porque as regras no Congresso permitem que minorias obstruam o tr�mite. Embora n�o caiba s� a mim, como presidente da Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias, a estrat�gia � envolver a sociedade. Precisamos fazer com que o povo entenda o que estamos discutindo. N�o d� para s� um segmento minorit�rio organizado mobilizar as bases contra determinados temas. A sociedade tamb�m precisa perceber e se mobilizar. Essa � a �nica estrat�gia que pode fazer avan�ar temas como os que envolvem rela��es homossexuais.

H� outros projetos que a senhora imagina que v�o causar tanta ol�mica como os que tratam dos direitos dos homossexuais e dos crimes cometidos na �poca da ditadura?

Esses dois assuntos, realmente, devem ser os mais pol�micos. H� tamb�m o Plano Nacional de Direitos Humanos, mas que deve chegar em forma de projetos fatiados.

A senhora presidir� a Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias na C�mara, lidera a bancada ga�cha de deputados, integra outras frentes e tem planos de concorrer � prefeitura de Porto Alegre. D� tempo de fazer tudo isso?

Mas o que � tudo isso? Eu coordeno a bancada de deputados do meu estado at� maio. � uma din�mica de trabalho bem enxuta porque n�o � um �rg�o, � algo que acontece de acordo com a demanda concreta. Em rela��o �s frentes, abri m�o e dividi com outros colegas v�rias frentes que presidi. A dos Esportes deve ser comandada pelo deputado Acelino Pop�. A Frente pela Liberta��o Sexual o Jean Wyllys assumiu. Ent�o, justamente por achar que � imposs�vel fazer tudo e dar conta de tudo, j� dividi esse trabalho. A frente que estou construindo � a da Liberdade da Internet. Se d� tempo? Acho que d�. Quando temos dedica��o intensa ao trabalho, como tenho, acho que sim. Se � ideal? N�o �. Mas, na vida, batemos escanteio e corremos para cabecear a bola.

E 2012?


Bom, 2012 � 2012. N�o estou envolvida nisso agora. Estou envolvida no meu trabalho parlamentar, que, at� maio, � coordenar a bancada ga�cha e, at� o fim do ano, presidir a comiss�o. Felizmente, um ano acontece de cada vez.


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