A aproxima��o do prefeito de S�o Paulo, Gilberto Kassab (DEM), com a base governista da presidente Dilma Rousseff vem gerando desconfian�as no PT. A prov�vel sa�da de Kassab do DEM, que antes era comemorada, agora � motivo de preocupa��o para os petistas, que interpretam a movimenta��o pol�tica do prefeito como uma tentativa de desestabilizar as alian�as do PT com antigos parceiros, como PCdoB e PSB. �s v�speras da cria��o do Partido Democr�tico Brasileiro (PDB) por Kassab, os petistas avisam: o apoio a Dilma � bem-vindo, pode ajudar a reduzir sua depend�ncia do PMDB, mas isso n�o significar� abertura para alian�as regionais com o PT.
"A entrada dele � bem-vinda no plano federal, mas se o objetivo for se contrapor conosco e prestar servi�o ao (Jos�) Serra, da� entenderemos que ele vir� para criar problemas com nossas alian�as", interpretou o l�der do PT na C�mara dos Deputados, Paulo Teixeira (SP). "Ele n�o ter� nossa aceita��o se for para minar nossa rela��o com a base".
Outro que j� manifestou "desconfian�a" sobre a mudan�a de Kassab foi o prefeito de S�o Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT). Durante o carnaval, Marinho disse que pretendia "apurar melhor" as inten��es do prefeito paulistano."� evidente que tem um ponto de interroga��o sobre o Kassab e qual alian�a ele deseja para 2014", afirmou o prefeito no s�bado, 5, de carnaval, ap�s desfile da Tom Maior, que homenageou sua cidade.
Sinal
O primeiro sinal que incomodou foi a aproxima��o do prefeito com aliados nacionais, como o PSB, o qual vem trabalhando nos bastidores para arregimentar nomes para o novo partido de Kassab e, futuramente, negociar uma fus�o. O prefeito tamb�m tentou uma aproxima��o com o PCdoB ao oferecer uma secretaria em seu governo, proposta recusada num primeiro momento pela executiva nacional do partido. "Nossos aliados tradicionais est�o indo para l� (apoiar Kassab)", observou o prefeito de Osasco, Em�dio de Souza (PT).
O maior temor, segundo Em�dio, � que o PDB venha a ser incorporado pelo PSB e ganhe musculatura para se tornar uma terceira via nacional. "Se houver a fus�o com o PSB e se eles tiverem 70 ou 80 deputados, a� as coisas come�am a mudar de figura", disse Em�dio. Mas o prefeito de Osasco n�o acredita que Kassab tenha for�a pol�tica suficiente para, sozinho, se tornar uma op��o a PT e PSDB. "Ningu�m toma essa posi��o da Marina Silva (PV) no curto prazo", prev�.
Em S�o Paulo, os petistas descartam qualquer aproxima��o com Kassab visando 2014. A ideia inicial de que uma alian�a com o prefeito poderia por fim � hegemonia tucana no Estado perdeu for�a. "Muita gente no PT achava que ele poderia ser uma alternativa em S�o Paulo para n�s, mas agora isso se desmanchou" refor�ou o prefeito de Osasco."O PT tem projeto para 2014 e de forma alguma passa a ideia de apoiar o Kassab. Em termos regionais nossos interesses s�o antag�nicos", avisou Teixeira.
Entre as reais inten��es do prefeito e seu hist�rico pol�tico, os petistas avaliam que independente do apoio a Dilma, n�o h� nada que o afaste dos interesses de Jos� Serra. "N�o h� sinais de rachadura nessa rela��o", analisou Em�dio. A prova de fogo para Gilberto Kassab ser�, na avalia��o dos l�deres petistas, a sucess�o municipal em S�o Paulo e para que lado ele pender�. "Ele vai apoiar certamente o candidato do Serra", aposta Em�dio.