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Estado de Minas

Ministro da Justi�a defende cria��o da Comiss�o da Verdade


postado em 15/03/2011 18:33 / atualizado em 15/03/2011 18:36

O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, disse nesta ter�a-feira, em Bras�lia, que o pa�s tem o dever n�o s� de tornar p�blicos os erros cometidos no passado por agentes a servi�o do Estado, como tamb�m de reparar as v�timas destes mesmos erros.

Ao comentar o trabalho desenvolvido pela Comiss�o de Anistia do Minist�rio da Justi�a e defender a cria��o da chamada Comiss�o Nacional da Verdade, Cardozo minimizou �s cr�ticas �s indeniza��es pagas a anistiados, alegando que quem sofreu durante a ditadura tem o direito, "por lei e por justi�a", n�o s� de ver seu sofrimento reconhecido, mas tamb�m de ser ressarcido financeiramente.

"Reparar significa anistiar, indenizar e praticar gestos pedag�gicos e pol�ticos que demonstrem que o Estado reconhece seus erros do passado e arca com os �nus no presente", afirmou Cardozo, durante a homenagem da Comiss�o da Anistia �s mulheres que lutaram contra a repress�o pol�tica e, nas palavras de Cardozo, "contra o preconceito � mulher e � liberdade humana". "Vivemos outros tempos, outro momento, mas � sempre importante lembrarmos do passado para n�o repetirmos os mesmos erros".

Entre as seis homenageadas no evento, estava Maria Thereza Goulart, vi�va do ex-presidente Jo�o Goulart, deposto do cargo pelo golpe militar de 1964. Junto com o marido, Maria Thereza teve de, na �poca, deixar o pa�s e se exiliar no Uruguai e, posteriormente, na Argentina, onde o ex-presidente morreu.

Tamb�m foram homenageadas a ex-militante da Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE), Sonia Hip�lito; a ex-militante da Vanguarda Popular Revolucion�ria (VPR), Denize Crispim; a ex-militante da Juventude Universit�ria Cat�lica e ex-dirigente da UNE, Rita Sipahi; Damaris Oliveira Lucena, que quando presa integrava a VPR; e a jornalista Rose Nogueira, ex-militante da A��o Libertadora Nacional (ALN), hoje presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e servidora da Empresa Brasil de Comunica��o (EBC).

"Gra�as a Deus eu estou viva, mas muitos n�o est�o e este pedido de desculpas do Estado � extensivo a todas as mulheres que lutaram", declarou Rose, ao explicar o misto de alegria, reconhecimento e tristeza que tomou conta dela ao receber a c�pia da portaria em que o Estado brasileiro reconhece sua condi��o de v�tima da persegui��o e da viol�ncia dos �rg�os repressores.

"Presa, eu fui conhecer meu filho quando ele tinha quase um ano. Fui impedida de amament�-lo. Fui agredida e, por quase 50 dias, impedida de tomar banho. Por isso eu cheirava mal e, ent�o, eles me batiam mais", contou Rose, descrevendo experi�ncias semelhantes �s narradas pelas demais homenageadas nesta ter�a-feira.

A experi�ncia de Denize Crispim n�o foi muito diferente. Detida quando estava gr�vida de seis meses, ela s� foi solta ap�s seu marido, Eduardo Leite, o Bacuri, ter sido preso, em 1970. Segundo o site do grupo Tortura Nunca Mais, o drama de Bacuri, que, na �poca, tinha 25 anos, "� o mais terr�vel de todos os casos conhecidos de crime pol�tico". Segundo se sabe, Bacuri foi torturado por meses e chegou a receber de seus algozes, na cela, um jornal que noticiava sua fuga da pris�o. Ele permaneceu preso e incomunic�vel at� sua morte. Denize conta que foi na pris�o que o viu pela �ltima vez, j� desfigurado pelas agress�es.

"At� hoje, certos segmentos ainda t�m um preconceito contra n�s, mas eu estou pouco ligando, pois sou melhor que eles. Lut�vamos contra o empobrecimento [em todos os sentidos] do pa�s", concluiu Rose Nogueira, cobrando a instala��o da Comiss�o da Verdade para esclarecer as viola��es aos direitos humanos cometidas durante a ditadura militar.


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