
O discurso inaugural de A�cio Neves (PSDB-MG) no Senado, nesta quarta-feira, gerou uma repercuss�o de quase cinco horas entre os companheiros de Casa, o que provocou o cancelamento da pauta que estava prevista para esta noite. Depois de apartes de mais de vinte senadores, que se alternaram entre cr�ticas e elogios, o mineiro encerrou o pronunciamento por volta de 20h30, convocando os parlamentares a contribuir na constru��o de uma agenda legislativa independente do poder executivo.
Em v�rios apartes da oposi��o, A�cio foi saudado como candidato virtual � presid�ncia da Rep�blica em 2014, chegando a receber o apoio inclusive de senadores da base governista, como Cl�sio Andrade (PR-MG). ''Come�a por aqui uma alternativa que se cria naquilo que ser� o futuro do pa�s. O pa�s dever� ter presidente que s�o grandes gestores, como voc�, o Blairo [Maggi, ex-governador do Mato Grosso], igual a presidente Dilma'', afirmou Cl�sio, que foi vice-governador de Minas Gerais durante o primeiro mandato de A�cio em Minas Gerais (2002-2006), mas hoje em dia integra a base aliada de Dilma Rousseff. Dem�stenes Torres (DEM-GO) disse que A�cio fez um "discurso de estadista" e que a bancada governista j� admite a possibilidade de ele ser candidato � Presid�ncia da Rep�blica.
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J� o candidato derrotado � presid�ncia em 2010, Jos� Serra (PSDB), foi a Bras�lia para prestigiar o companheiro de partido, mas desconversou sobre articula��es para 2014. ''� tudo muito cedo. Como disse o Alckmin [governador de S�o Paulo] , existem dois tipos de ansiosos: os pol�ticos e jornalistas'', afirmou.
Governistas
Enquanto os senadores da oposi��o foram s� elogios ao discurso de A�cio, os senadores do PT chegaram ao Plen�rio armados para rebater as cr�ticas que foram feitas ao governo. V�rios deles elogiaram a iniciativa de A�cio, que consideraram ben�fica para a democracia, mas concentraram o aparte nos feitos do governo Lula e no desempenho de Dilma. O l�der do PT, Humberto Costa, chegou a comentar que A�cio � o melhor quadro da oposi��o no pa�s. No entanto, ele classificou o discurso de ''injusto'' e fez compara��es entre o que chamou de "Brasil do passado" e "Brasil do presente".
Nas compara��es, o senador disse que o Brasil tinha milh�es de desempregados e hoje � o pa�s dos 15 milh�es de empregos gerados com carteira assinada. Humberto Costa tamb�m comparou a rela��o d�vida p�blica/PIB durante as crises de 1998 e de 2008, de 50,4% e 37%, respectivamente, e disse que o Brasil, hoje, � reconhecido internacionalmente.
Gleisi Hoffmann (PT) qualificou como "elegante" o discurso de A�cio Neves e elogiou a iniciativa de reconhecer as realiza��es de governos anteriores. Ela disse n�o ter problemas em reconhecer avan�os do governo de Fernando Henrique Cardoso, como a continuidade do Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas afirmou que "nem tudo s�o flores" e que algumas quest�es, como a das privatiza��es, n�o foram contempladas no discurso.
''Foi uma transfer�ncia do patrim�nio p�blico para o patrim�nio privado financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento [Econ�mico e] Social. Tamb�m n�o se colocou a forma escandalosa como n�s tivemos a aprova��o da reelei��o no Congresso Nacional, mudando as regras no jogo no momento em que o jogo estava se dando'', ponderou.
*Com Ag�ncias