O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) se diz uma "pessoa esperan�ada" e torce por uma resposta positiva do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as duas a��es que o �rg�o julga amanh�, movidas pelo governo fluminense e a Procuradoria-Geral da Rep�blica, que pedem o reconhecimento da uni�o entre pessoas do mesmo sexo. Se isso ocorrer, acredita, poder� influenciar o Congresso. "Enquanto Executivo e Judici�rio d�o passos largos, o Legislativo fica estagnado, e �s vezes amea�a retroceder em rela��o a alguns direitos (dos homossexuais). Espero que o Judici�rio force o Legislativo a se mobilizar", afirmou.
Ao mesmo tempo, Wyllys tem o "p� no ch�o". Acredita que os ministros possam se basear em "dois princ�pios soberanos - a defesa da dignidade da pessoa humana e o da n�o discrimina��o da igualdade". Mas reconhece que a Constitui��o � clara no artigo que fala de casamento. "Tem um par�grafo que diz que para fins de prote��o do Estado, a uni�o est�vel reconhecida � entre homem e mulher". O deputado recolhe assinaturas para uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que altera o tal par�grafo - o novo texto reconhece, para fins de prote��o do Estado, a uni�o est�vel entre homem e mulher ou entre duas pessoas do mesmo sexo. Conseguiu cerca de cem. Para a PEC tramitar, s�o necess�rias 171 assinaturas. Ele faz uma cr�tica ao movimento gay, que durante anos brigou pela aprova��o da lei que reconhece a uni�o est�vel entre pessoas do mesmo sexo, mas n�o se mobilizou para mudar a Constitui��o. "Talvez considerassem mais interessante o debate do que a conquista do direito." Jornalista e professor universit�rio, Wyllys foi eleito com o menor porcentual de votos no Brasil - 0,16% dos votos do Estado. Vencedor da quinta edi��o do Big Brother Brasil, nunca entrou no circuito de celebridades e arriscou-se a fazer uma campanha sem citar o programa. Na C�mara, tornou-se parceiro da senadora Marta Suplicy (PT-SP), com quem divide a coordena��o da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT (L�sbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), relan�ada em mar�o, com mais de cem integrantes. Mas foi ele quem acabou atraindo a rea��o de grupos extremistas e recebeu, inclusive, amea�as de morte. "Achava que sofreria uma oposi��o qualificada, n�o essa rea��o covarde, com insultos, amea�as e argumentos ignorantes, como o de que eu fui eleito para legislar para toda a popula��o. Como se n�o existisse uma bancada evang�lica ou ruralista. � �bvio que estou aqui para defender o interesse da sociedade brasileira, mas principalmente os interesses das minores vulner�veis, para estender a cidadania ao conjunto da popula��o."