A presen�a dos pequenos partidos explodiu ao longo dos �ltimos 16 anos nos munic�pios brasileiros, quebrando o monop�lio das lideran�as tradicionais. Pelo interior, os velhos currais est�o amea�ados. Alguns ideol�gicos, como o PCdoB, ampliaram a presen�a nas duas �ltimas elei��es municipais de 1.354 para 1.873 cidades. Com plataformas difusas, outras legendas – como o PSC, o PTC, o PTN, o PHS, o PTdoB, o PSL, o PMN e o PRTB – se instalaram principalmente nas pequenas cidades, atraindo novos l�deres. S�o chapas proporcionais constru�das para estimular aspirantes com vota��o mediana, que em grandes legendas nunca alcan�ariam a representa��o. A competi��o eleitoral aumenta e, com ela, muda a forma de fazer campanha. No ano que vem, os denominados nanicos trar�o mais instabilidade aos velhos l�deres.
Segundo dados da pesquisa de Peixoto, nos munic�pios de at� 50 mil habitantes, o crescimento da participa��o das legendas pequenas nas elei��es legislativas foi muito maior do que nas grandes cidades. Entre 1996 e 2008, o n�mero de chapas proporcionais apresentadas para as c�maras municipais nas cidades com 5 mil at� 20 mil habitantes cresceu entre 41,5% e 45%. Enquanto em 1996 foram, em m�dia, entre tr�s e cinco partidos em competi��o nesses munic�pios, 14 anos depois a m�dia foi entre cinco e sete partidos disputando cadeiras das c�maras.
Nos munic�pios de mais de 20 mil at� 50 mil habitantes, verificou-se tamb�m um aumento de chapas proporcionais na disputa de 32,6%. Em 2004, concorriam a uma vaga de vereador, em m�dia, seis partidos. No �ltimo pleito a m�dia subiu para oito. Nos munic�pios acima de 50 mil habitantes tamb�m foi verificado o acirramento da disputa para as c�maras municipais, mas o crescimento do n�mero de partidos foi bem menor, variando de 1,8% a 17,4%. Nesses munic�pios concorriam, em 1994, em m�dia, entre oito e 10 partidos. Em 1998, entre nove e 11 partidos.
Mais chances
Pelas cidades do pa�s, as novas siglas se apresentam como alternativa atraente aos profissionais liberais, que t�m express�o pol�tica local e boa vota��o, embora insuficiente para alcan�ar uma cadeira nos grandes partidos, apropriados por grupos pol�ticos tradicionais. “Agora h� novos atores, que ampliam a competi��o e amea�am o poder estabelecido. S�o aspectos positivos da competi��o eleitoral”, sustenta V�tor Peixoto, referindo-se ao fato de que, com o acirramento da disputa eleitoral, o velho clientelismo tem os dias contados.
Entre as duas �ltimas elei��es municipais, de 2004 e 2008, 12 partidos pol�ticos ampliaram entre 5% e 38% a sua presen�a nos munic�pios brasileiros. Verdes e socialistas � parte, que representam legendas de porte m�dio crescendo no per�odo entre 30% e 35% em n�mero de chapas proporcionais, os outros 10 foram pequenas siglas. O PCdoB foi aquele que proporcionalmente mais cresceu em n�mero de chapas lan�adas, ampliando em 38% a sua presen�a nas cidades. Enquanto o PSC elevou a sua participa��o nas elei��es de 1.654 cidades em 2004 para 2.237 em 2008 – 35% –, o PTC registrou expans�o de 23% de chapas proporcionais no per�odo. No PTN o crescimento foi de 18%. O PHS e o PTdoB ampliaram em 16% a participa��o nas elei��es proporcionais. O PSL registrou um aumento de 11%. J� a presen�a do PMN e o PRTB nos munic�pios cresceu 5% no per�odo.