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Estado de Minas

Empreiteiras abastecem cofres do PR

Nas elei��es de 2010, 77% das receitas de campanha do PR vieram de construtoras ligadas ao Minist�rio dos Transportes, comandado pelo partido. No PT, �ndice foi de 29% das verbas


postado em 14/07/2011 06:00 / atualizado em 14/07/2011 08:08


Bras�lia – As empreiteiras que t�m contratos com o Minist�rio dos Transportes abasteceram 77% dos cofres de campanha do PR nas elei��es de 2010. O partido comanda a pasta desde 2003. Se n�o fosse o financiamento realizado pelas construtoras que realizam obras rodovi�rias com recursos do minist�rio, o PR teria recebido apenas R$ 6,3 milh�es do total de R$ 27,5 milh�es que formaram a receita do diret�rio nacional em 2010. O PR � o �nico partido que se mant�m majoritariamente com recursos de empresas que prestam servi�os ao minist�rio, chefiado pela pr�pria legenda. Partidos de maior cacife na Esplanada, como PT e PMDB, receberam quantias bem menores, proporcionalmente ao montante de receita de construtoras relacionadas ao Minist�rio dos Transportes e, consequentemente, ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Dos R$ 130 milh�es que financiaram o Diret�rio Nacional do PT nas elei��es do ano passado, R$ 38 milh�es (29%) foram destinados por construtoras que realizam obras pagas com or�amento do Minist�rio dos Transportes. No caso do PMDB, principal legenda aliada ao Planalto, mas que tamb�m n�o tem for�a na pasta comandada pelo PR, 48% dos recursos recebidos no pleito de 2010 vieram de construtoras que t�m v�nculo com o minist�rio.

Empresas ligadas ao ramo de obras viárias foram as principais financiadoras do PR: do total arrecadado, apenas R$ 6,3 milhões vieram de outras fontes(foto: Kleber Lima/CB/D. A Press - 27/7/09)
Empresas ligadas ao ramo de obras vi�rias foram as principais financiadoras do PR: do total arrecadado, apenas R$ 6,3 milh�es vieram de outras fontes (foto: Kleber Lima/CB/D. A Press - 27/7/09)
A crise que atingiu o partido ap�s a substitui��o de Alfredo Nascimento por Paulo S�rgio Passos no comando do minist�rio ligou o sistema de alerta na c�pula, que j� se preocupa com o desempenho da legenda nas elei��es de 2012. Em 2009, o partido ampliou a bancada, ao receber sete deputados. Correligion�rios do presidente do PR, deputado Valdemar Costa Neto, temem que o partido possa n�o continuar t�o atrativo com a perda de comando do minist�rio e que haja uma debandada se a legenda decidir romper com o governo rumo � oposi��o.

Isso porque os parlamentares que optaram por mudar de partido para se posicionar no PR s�o contemplados, direta e indiretamente, pela verba das empreiteiras. Dos sete deputados que trocaram de legenda e desembarcaram no Partido da Rep�blica entre os pleitos de 2006 e 2010, cinco aumentaram as receitas eleitorais. Os outros dois s� n�o est�o na lista dos beneficiados porque n�o concorreram no ano passado. O deputado pelo Maranh�o Davi Alves Silva J�nior, por exemplo, trocou o PDT pelo PR em 2009 e viu sua receita eleitoral aumentar sete vezes em 2010. Ele recebeu R$ 81 mil em 2006, na disputa para uma vaga na C�mara, enquanto no ano passado foi contemplado com R$ 638 mil. Dessa quantia, R$ 608 mil foram repassados pelo diret�rio nacional do PR ao ent�o candidato. O parlamentar n�o foi localizado pela reportagem.

Outro lado

O PR informou, por meio da assessoria, que n�o comenta contratos de receitas com o minist�rio. O partido alega que n�o discrimina empresas pela natureza ou clientela ou se ela presta servi�os ao �nico minist�rio chefiado pela pasta. Na avalia��o do PR, a tend�ncia da legenda � crescer nos pr�ximos anos e n�o existe raz�o para identificar qualquer processo de redu��o. Membros da sigla avaliam ainda que o partido vem crescendo desde 2002, quando sequer tinha representa��o na Esplanada.

Coincid�ncia ou n�o, os balan�os de alguns financiadores de campanha apresentam forte evolu��o. Alvo de investiga��es do Minist�rio P�blico Eleitoral e da Procuradoria da Rep�blica no Mato Grosso, a Cavalca Engenharia e Constru��es, por exemplo, aumentou 1.000% em um ano o valor dos contratos com o governo federal. A empreiteira faz parte do grupo Cavalca, que doou mais de R$ 500 mil para campanhas eleitorais no ano passado, sendo R$ 300 mil s� para o senador Blairo Maggi (PR-MT). Dados do Sistema Integrado de Administra��o Financeira (Siafi) mostram que em 2009 a empreiteira do Paran� faturou R$ 6,6 milh�es do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), sob o comando de Luiz Antonio Pagot, para tocar obras em diversas rodovias federais. Em 2010, foram mais de R$ 72 milh�es. Os projetos apresentam ind�cios de superfaturamento.


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