Pagot diz que guarda m�goas da presidente Dilma

De quarentena enquanto aguarda a chegada de dezembro para voltar � iniciativa privada, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Luiz Ant�nio Pagot n�o esconde as m�goas em rela��o � presidente Dilma Rousseff. "Claro que guardo muita m�goa da presidente. Fiz tudo por ela e um pouco mais. E fui tratado como a maior falta de respeito", disse Pagot.

Ele afirmou que trabalhava das 7 horas �s 22 horas, todos os dias, e que aproveitava os fins de semana para fiscalizar as obras do Dnit. "Fomos n�s que ajudamos a consolidar as obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC). Tivemos, entre todos os �rg�os do governo, o melhor desempenho no PAC, reconhecido pela presidente. Numa a��o intempestiva e mal assessorada, acabamos todos afastados", disse Pagot.

O ex-diretor do Dnit e mais tr�s integrantes da c�pula do setor de transportes do governo foram afastados no dia 4 de julho, mesmo dia em que a revista Veja noticiou a ocorr�ncia de irregularidades no Dnit e a participa��o do PR na forma��o de um caixa dois originado de cobran�a de propina de empresas que prestam servi�os na infraestrutura de transportes. Pagot, no entanto, sempre negou qualquer irregularidade. Ele chegou a desafiar o Congresso a fazer uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) para apurar as den�ncias.

Depois do afastamento de Pagot, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva conversaram com Dilma Rousseff, na tentativa de faz�-la recuar. Mas Dilma bateu o p� e n�o aceitou as pondera��es que lhe eram feitas. Com Pagot, ca�ram tamb�m o ministro Alfredo Nascimento e outros 25 dirigentes do setor de transportes, a maior parte ligada ao PR. "O PR foi catapultado do governo. Agora, ficam querendo que o partido volte. Acho que o PR deveria exigir uma conversa institucional com o governo, saber o que eles querem, e ver se ainda existe alguma possibilidade de resolver essa crise de desconfian�a", opinou Pagot.

Logo depois do afastamento, Pagot requereu f�rias. Pressionado, n�o resistiu. No dia 25 de julho ele mandou uma carta ao ministro dos Transportes, Paulo S�rgio Passos, falando de sua decis�o. E entregou uma c�pia do documento � Presid�ncia da Rep�blica. Em dezembro, quando acabar a quarentena, Pagot passar� a atuar na iniciativa privada. Ele disse que tem tr�s op��es, todas na �rea de hidrovias: a Tiet�-Paran�, a Paraguai-Paran� e a Tapaj�s-Amazonas. "Por enquanto, estou visando estes locais, fazendo relat�rios e levantamentos. Relat�rios s�rios, com dados, e pesquisas locais".