
O PDT n�o consegue mais esconder as fraturas que a crise que atinge o Minist�rio do Trabalho provocaram na c�pula do partido. A audi�ncia de ontem na Comiss�o de Assuntos Sociais do Senado real�ou o racha entre representantes estaduais da sigla. Enquanto o l�der do partido na Casa, Acir Gurgacz (RO), se esfor�ou para tentar defender o ministro Carlos Lupi das acusa��es que pesam sobre ele e a gest�o da pasta, seus correligion�rios no Senado ignoraram o posto de lideran�a do parlamentar de Rond�nia e aproveitaram a sess�o para pedir a sa�da do titular do Trabalho.
Pedro Taques (MT) e Cristovam Buarque (DF) afirmaram que o correligion�rio n�o tem condi��es de permanecer no cargo. “Em inst�ncias como a Pol�cia Federal, a presun��o de inoc�ncia � fundamental, mas quando se fala em pol�tica, se fala em confian�a. Entendo que o PDT deva se afastar, porque n�o det�m mais a confian�a da sociedade brasileira nesse minist�rio. N�s do PDT devemos nos apear do minist�rio”, disse Taques. “Menor do que sair como o senhor est� agora, s� sair demitido por telefone, como aconteceu comigo”, recomendou Buarque, referindo-se � forma como foi comunicado de sua demiss�o do Minist�rio da Educa��o pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Os senadores, entretanto, consideraram que o ministro saiu-se bem no depoimento de ontem.
Em S�o Paulo, o deputado Jo�o Dado ganha o apoio do l�der sindical Paulinho da For�a (PDT-SP) para substituir Lupi no minist�rio. Paulinho tem sido um dos poucos defensores do ministro em declara��es p�blicas, mas, nos bastidores, articula para emplacar o aliado na pasta.
Balan�o
Com o v�cuo de poder na c�pula do partido, declara��es de correligion�rios do ministro defendendo a sa�da e fazendo cr�ticas ao colega se multiplicam mais r�pido do que manifesta��es de apoio. Mas de todas, a que mais chateou Lupi foi a fala de Andr� Figueiredo, sugerindo sua sa�da. O deputado tenta se cacifar para herdar o minist�rio, mas tem dificuldade em superar o ran�o do partido em indicar nomes fora do eixo Rio de Janeiro–Rio Grande do Sul, estados que produziram os mais fortes representantes da legenda.
Cargo no lusco-fusco O depoimento do ministro do Trabalho no Senado n�o o tirou de foco nem alterou a disposi��o da presidente Dilma Rousseff de substitu�-lo. Mas garantiu a ele mais algum per�odo no cargo. A avalia��o no Planalto � a de que o estrago pol�tico causado pela sucess�o de vers�es a respeito da viagem ao Maranh�o e as suspeitas de desvio de verbas de ONGs ligadas ao Minist�rio do Trabalho n�o se diluiu diante das declara��es do ministro ontem no Congresso. O governo considera que Lupi n�o desfez a impress�o de que havia mentido no depoimento inicial, nem apresentou provas a respeito do uso de um avi�o particular, oferecido pelo empres�rio Adair Meira, dono de uma ONG que tem contatos de R$ 10,4 milh�es com o Minist�rio do Trabalho. (Com Denise Rothenburg)