
Teve de tudo na manifesta��o. Desde pessoas com a m�scara do personagem principal do filme V de vingan�a – que retrata a hist�ria de um defensor da liberdade, disposto a se vingar daqueles que o desfiguraram, at� alguns que n�o se furtaram a deitar no ch�o com os olhos vendados com panos brancos manchados de vermelho, lembrando sangue. Um cartaz ao lado dizia: “Est�o furando os nossos olhos”. Outras frases de efeito eram ecoadas pelos manifestantes, como: “Lacerda, o senhor tem car�ter? Ent�o diga n�o ao aumento dos sal�rios dos vereadores”, “Eleitor, cobrai-vos em 2012. Eles n�o sabem o que votam” e “Da C�mara eu abro m�o. Quero � sa�de, moradia e educa��o”.
Cec�lia Reis Aquino, estudante do 7º per�odo do curso de ci�ncias do estado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e uma das organizadoras da manifesta��o, espera que o evento seja capaz de mostrar aos vereadores e ao prefeito Marcio Lacerda a indigna��o da popula��o com o aumento salarial para os parlamentares. O movimento ainda planeja organizar um abaixo-assinado para entregar ao prefeito. “A popula��o tem que ter uma tomada de consci�ncia. As pessoas n�o sabem o poder que t�m”, argumentou.
O protesto ganhou o aplauso do aposentado Luiz Siqueira Neto, de 79 anos. “� um absurdo. O povo passando fome e os vereadores querendo esse sal�rio”, reclamou. A professora Solange Mendes de Morais, de 40 anos, disse esperar que o prefeito Marcio Lacerda vete o projeto de lei, barrando o novo sal�rio dos vereadores. “Por que n�o aumentam na mesma propor��o os sal�rios da sa�de e educa��o?” A tamb�m professora Rita Tomich fez quest�o de cumprimentar alguns manifestantes. “Um sal�rio de R$ 15 mil � demais. Cada um tinha que ganhar de acordo com o que trabalha”, disse.
Tr�nsito Embora o movimento tenha sido pac�fico, o clima esquentou quando os manifestantes fecharam toda a pista da Afonso Pena, no sentido Mangabeiras, paralisando o tr�nsito. Diante da negativa aos apelos da Pol�cia Militar para que liberassem a passagem dos autom�veis, o fluxo foi desviado para a Rua da Bahia. O protesto seguiu ent�o para o outro lado na avenida, bloqueando todo o quarteir�o entre as ruas da Bahia e Guajajaras. Depois de um acordo entre os pr�prios manifestantes, eles voltaram a se concentrar em apenas duas faixas da avenida.
O prefeito Marcio Lacerda disse ontem � tarde que n�o vai antecipar sua decis�o porque “o assunto requer calma e responsabilidade". O projeto aprovado ainda tramita na C�mara Municipal para reda��o final. Assim que for enviado ao Executivo, o prefeito ter� 15 dias para sancion�-lo ou vet�-lo. (Colaborou Jefferson da Fonseca Coutinho)