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Estado de Minas

Ap�s ano de crise com governo Dilma, governador do RJ usa UPPs para se 'recompor'


postado em 03/01/2012 09:55 / atualizado em 03/01/2012 10:07

Na noite de reinaugura��o do Pal�cio Guanabara, sede do governo restaurada gra�as a empresas privadas que bancaram as obras de R$ 19,2 milh�es, o governador S�rgio Cabral (PMDB) resumiu a atual gest�o, em discurso bem-humorado: “O governador � o Pez�o, o primeiro-ministro � o Regis e eu fico ali animando a festa”.

Foi esta dupla - Luiz Fernando Pez�o, vice-governador e coordenador de infraestrutura, e Regis Fichtner, secret�rio da Casa Civil - que tocou o dia a dia da administra��o e esteve ao lado de Cabral nos momentos cr�ticos do ano passado.

Depois de uma sucess�o de crises, den�ncias, m�s not�cias no plano pessoal e do esfriamento da rela��o com a presidente Dilma Rousseff, o governador encerrou 2011 tentando capitalizar a bem-sucedida ocupa��o da Favela da Rocinha pelas for�as de pacifica��o, logo depois da pris�o do traficante Ant�nio Bonfim Lopes, o Nem.

A pol�tica de combate ao crime, baseada nas Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPPs), est� a cargo do terceiro homem forte do governo, o secret�rio de Seguran�a, Jos� Mariano Beltrame.

Pez�o fala em “urucubaca” quando comenta sobre 2011. “Todo m�s vinha uma pancadaria”, lamenta. O vice elege as enchentes na regi�o serrana, em janeiro, que deixaram mais de 900 mortos, o pior pesadelo do ano. “A situa��o das cidades fugiu do controle” reconhece.

A crise pol�tica veio em junho. Depois de um desgastante embate com bombeiros em campanha salarial, em que determinou a pris�o dos respons�veis pela invas�o do quartel-general da corpora��o, Cabral viveu um drama pessoal que descambou em uma s�rie de suspeitas de favorecimento, tr�fico de influ�ncia e falta de decoro.

O acidente de helic�ptero que matou sete pessoas no sul da Bahia entre elas a namorada de um de seus filhos, mostrou a proximidade do governador com o empres�rio Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, que tem contratos milion�rios com o governo do Estado. Revelou tamb�m a liga��o estreita de Cabral com um dos homens mais ricos do mundo, Eike Batista, que costumava emprestar seu avi�o para o governador.

Mais uma vez, Pez�o foi o esteio de Cabral. O vice tinha acabado de viajar para alguns dias de f�rias no sul da It�lia. “Voltei correndo. Fiquei seis horas na cidade”, relembra. E sai em defesa do governador. “Como � que n�o pode ser amigo do empreiteiro? Vai ser s� amigo do oper�rio? O Brasil pune muito o sucesso das pessoas”, reage Pez�o.

Embate com Planalto

A tens�o voltou em setembro, quando avan�ava no Congresso a proposta de distribui��o dos royalties do petr�leo que tira recursos do Rio. Cabral elevou o tom das cr�ticas aos parlamentares e cobrou “coer�ncia” da aliada Dilma Rousseff e o compromisso de vetar qualquer mudan�a prejudicial aos Estados produtores.

No Pal�cio do Planalto, o comportamento do governador foi mal recebido. Um integrante da coordena��o pol�tica da presidente reclamou que ele foi “tratado como um filho” pelo ex-presidente Lula e que Dilma fez quest�o de manter a mesma pol�tica de aten��o �s demandas do Estado. N�o aceitaria, portanto, ser desafiada e colocada contra a parede.

Dilma teve uma conversa com Cabral e Pez�o, no in�cio de outubro mas a aprova��o do projeto no Senado reacendeu o mal-estar. A crise dos royalties arrefeceu com a decis�o de empurrar para 2012 a discuss�o na C�mara. O desfecho deste imbr�glio ser� decisivo para o futuro da rela��o entre Dilma e Cabral. Por enquanto, o discurso do governador � de total apoio � reelei��o da presidente. Afilhado. Aos poucos, Cabral come�a a tratar da sua sucess�o. Neste ponto, est�o de volta os dois escudeiros. O governador costura uma ampla alian�a para a elei��o de Pez�o em 2014.

H� tr�s semanas, em jantar com o prefeito de S�o Paulo, Gilberto Kassab, e parlamentares do rec�m-criado PSD, que j� tem a maior bancada na Assembleia Legislativa fluminense, o governador lembrou a import�ncia de prorrogar a alian�a fechada para a reelei��o do prefeito Eduardo Paes (PMDB) em 2012. Kassab comprometeu-se com o apoio ao candidato de Cabral.

Um dos cen�rios da sucess�o estadual � a repeti��o de uma chapa s� de peemedebistas, com Regis Fichtner candidato a vice de Pez�o. Ningu�m no governo fluminense fala abertamente de elei��o mas a ideia come�a a se espalhar. Fichtner tem tido maior visibilidade no governo, com discursos constantes em solenidades. Foi ele quem coordenou as obras do Guanabara e ganhou os elogios na festa de reinaugura��o. Naquele mesmo dia, 15 de dezembro, comandou o an�ncio das mudan�as na zona sul para a constru��o da linha 4 do metr�.

A proposta de chapa puro-sangue se fortalece diante da prov�vel sa�da do PT da alian�a em 2014, com a candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo. O petista tentou disputar com Cabral em 2010, mas foi convencido por Lula a desistir. Agora, est� decidido a lutar para ser candidato. O discurso oficial, no entanto, � conciliador. “Acho poss�vel que surja um candidato unificado de PT e PMDB”, diz o senador. “Vamos ver como estar�o os pr�-candidatos l� na frente.”


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