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Estado de Minas

Ministra argentina reage � fala de Pimentel e diz que com�rcio bilateral "favorece o Brasil"

Segundo o ministro de Dilma, "a Argentina tem sido um problema permanente"


postado em 20/01/2012 11:22 / atualizado em 20/01/2012 11:36

Buenos Aires - O novo regime de importa��o argentino, que entra em vigor no pr�ximo dia 1º de fevereiro, provocou um curto-circuito nas rela��es comerciais entre o Brasil e a Argentina - os dois maiores s�cios do Mercosul, bloco econ�mico integrado tamb�m pelo Paraguai e Uruguai.

Nessa quinta, a ministra da Ind�stria argentina, D�bora Giorgi, disse que o Brasil est� sendo favorecido pelo com�rcio bilateral e que a realidade "n�o justifica os coment�rios" do ministro brasileiro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel.

A ministra se referia � entrevista dada pelo colega brasileiro, nessa quarta, nos Estados Unidos, e publicada com destaque pela imprensa argentina, na qual admite que "a Argentina tem sido um problema permanente", no que diz respeito �s rela��es econ�micas.

Debora Giorgi reagiu lembrando que, em 2011, o Brasil registrou um super�vit em sua balan�a comercial de US$ 30 bilh�es e que a Argentina foi respons�vel por 19,5 por cento deste saldo favor�vel. No ano passado, acrescentou a ministra, as importa��es argentinas de produtos brasileiros aumentaram 23% em rela��o a 2010. Dos US$ 22,7 bilh�es exportados pelo Brasil para a Argentina, 95% foram de produtos manufaturados.

As declara��es dos dois ministros ocorrem ap�s o an�ncio do governo argentino sobre medidas relacionadas ao com�rcio entre os dois pa�ses. Na semana passada, os importadores locais foram informados de que, a partir de fevereiro, ter�o que apresentar uma declara��o juramentada antecipada na Receita Federal argentina. E que os pedidos de importa��o ser�o examinados e autorizados pelo secret�rio do Comercio Interior, Guillermo Moreno, em um prazo de 15 dias.

Esta semana, o ministro do Planejamento, Julio De Vido, mandou investigar a Petrobras e e mais quatro companhias petrol�feras, acusadas por empresas de transporte publico e de cargas, de forma��o de cartel para aplicar sobrepre�os ao �leo diesel.

A presidenta Cristina Kirchner, ap�s ser reeleita com 54% dos votos, em outubro passado, tem adotado uma serie de medidas com um �nico objetivo: evitar que a Argentina tenha um problema de caixa. Desde 2003, quando os Kirchner chegaram ao poder, a economia do pa�s tem crescido em media 7%, permitindo se recuperar da crise de 2001 - a mais s�ria de sua recente hist�ria. At� agora, no entanto, a Argentina n�o foi afetada pela crise nos Estados Unidos e na Europa. Mas 2012 promete ser um ano dif�cil.

"O crescimento econ�mico argentino n�o depende tanto dos Estados Unidos e da Europa, mas depende do Brasil e da China. E o crescimento desses dois pa�ses foi afetado pela crise mundial. � natural que a desacelera��o das economias brasileira e chilena afetem a Argentina", disse a Ag�ncia Brasil, o economista Fausto Spotorno.

Sem acesso a cr�dito externo, desde que declarou a morat�ria da d�vida externa em 2001, a Argentina depende das exporta��es para fazer caixa. Por isso o governo quer manter o saldo na balan�a comercial de US$ 10,5 bilh�es, registrado em 2011. Mas analistas da �rea econ�mica acham dif�cil cumprir esta meta.

"A atividade econ�mica crescer� menos este ano, cerca de 3,5%. E as exporta��es devem crescer pouco. J� os gastos com a importa��o de energia dever�o aumentar muito", declarou � Agencia Brasil o economista Marcelo Elisondo, diretor da consultora DNI. S� com a compra de g�s e energia el�trica, segundo ele, o pa�s deve gastar este ano US$ 7 bilh�es. "O governo precisa limitar as importa��es para ter dinheiro para importar energia", disse.

Hoje, o governo argentino se reuniu com os importadores para explicar como funcionar� o novo sistema. "Entendemos que o governo tenha anunciado o novo regime de importa��o com tanta pressa e sem muito tato. Teme que a seca afete a produ��o agr�cola", disse � Agencia Brasil, Miguel Ponce, gerente de Rela��es Institucionais da C�mara de Importadores Argentinos (Cira).

"Se o sistema inaugurado for transparente e r�pido, poder� representar uma melhora. Agora sabemos que a pol�tica de importa��o est� nas m�os de Guillermo Moreno, e esperamos que este sistema seja mais eficiente que as licen�as n�o autom�ticas (LNA). Pelas as normas da Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), produtos importados por este regime devem entrar no pa�s em no m�ximo 60 dias. Mas o governo argentino mais de uma vez atrasou a libera��o das importa��es”, lembrou.

Segundo o especialista em com�rcio exterior, Mauricio Claveri, por serem os dois principais s�cios do Mercosul, o Brasil e a Argentina t�m capacidade de negociar solu��es pol�ticas para seus problemas comerciais. "Em 2011 a Argentina estava em um ano eleitoral. Mas agora que Cristina foi reeleita para quatro anos e assegurou a maioria no Congresso, n�o acho que o governo brasileiro continuar� sendo t�o tolerante como antes", declarou Claveri.


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