O impasse em torno do eventual apoio do PSD na disputa pela Prefeitura de S�o Paulo est� tendo reflexos tamb�m nas negocia��es que lideran�as do PT e PSDB est�o realizando para a forma��o das alian�as de suas legendas nesse pleito. Mesmo com o an�ncio do prefeito Gilberto Kassab, um dos fundadores do PSD, de que abriria oficialmente di�logo com o PT e encerraria as conversas com o PSDB, tucanos e petistas aguardam com cautela seus pr�ximos passos, como numa guerra na qual se observa a movimenta��o no campo inimigo para definir a estrat�gia de atua��o.
O prefeito de S�o Paulo disse que apoiaria incondicionalmente o PSDB, caso o candidato fosse o ex-governador Jos� Serra. Como o ex-governador tem se recusado a lan�ar seu nome para a disputa municipal, Kassab acenou com uma chapa encabe�ada por Afif, em troca do apoio � reelei��o do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nas elei��es de 2014. Ao PT, o prefeito tem oferecido apoio ao ex-ministro da Educa��o Fernando Haddad e a indica��o de um vice - um dos nomes cotados � o do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles -, em uma eventual chapa. "Essa defini��o dei levar algum tempo, pois somos a terceira op��o", lembrou um petista.
As lideran�as do PSD t�m insistido em uma composi��o com o PSDB antes das pr�vias do partido para a escolha do candidato tucano � sucess�o da Prefeitura de S�o Paulo, marcadas para o in�cio de mar�o. Sob a ordem do governador de S�o Paulo, o comando municipal do PSDB tem resistido �s investidas e reafirmado que um acordo neste momento s� aconteceria sem a defini��o, pelo menos por enquanto, do candidato a prefeito em uma eventual composi��o. "A informa��o que temos � de que evoluiu bastante a conversa do PSD com o PT", disse uma lideran�a do PSDB.
A precau��o do PSDB diante do PSD levou os tucanos a frearem as negocia��es com o DEM. Em recente encontro, o governador de S�o Paulo e as lideran�as nacionais do DEM decidiram deixar para os meses de mar�o e abril as tratativas em torno de uma composi��o para a Prefeitura de S�o Paulo. O comando municipal tucano decidiu esperar a movimenta��o do prefeito de S�o Paulo antes de firmar qualquer parceria que possa minar um eventual acordo entre PSDB e PSD. "O partido acha melhor trabalhar com uma margem de manobra, � melhor esperar o quadro se tornar mais claro antes de compor alian�as", avaliou um cacique tucano.
Recuo
Como aguarda uma sinaliza��o do PSDB, o prefeito de S�o Paulo ainda n�o procurou oficialmente o PT de S�o Paulo para o in�cio das negocia��es. "Se o Kassab n�o recuar e o Lula e a Dilma n�o forem convencidos do contr�rio (de n�o se aliar ao prefeito), � dif�cil n�o acontecer a alian�a", previu uma lideran�a petista. Sem o PSD, o PT tem priorizado as conversas com os partidos da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff, como PCdoB, PSB, PDT, PMDB e PR.
O grande receio do PT � iniciar um di�logo com o prefeito de S�o Paulo, assumir o �nus de desagradar a milit�ncia e, em seguida, v�-lo apoiar o ex-governador Jos� Serra. "Imagine a desmoraliza��o que seria se a gente estabelecesse uma negocia��o e o Serra vem? A� a gente fica sem o discurso e sem a alian�a", apontou uma lideran�a municipal. "N�o podemos ficar pendurados na brocha", emendou outro petista.
Para alguns l�deres petistas, a movimenta��o de Kassab nos bastidores visa, na pr�tica, paralisar o partido. "Ele est� jogando com a gente", criticou um dirigente. O PT ainda n�o est� inteiramente convencido de que o ex-governador n�o ser� candidato pelo PSDB. "Ele (Kassab) est� esperando o Serra", avaliou a mesma fonte. Caso a aproxima��o entre PT e PSD evolua, o processo de aprova��o da alian�a junto � milit�ncia petista n�o ser� r�pido e simples, apesar da influ�ncia de Dilma e Lula. "Esse n�o � um processo t�o tranquilo como pode parecer. Isso vai ter de ser votado no encontro dos 1 mil delegados do PT", frisou um dirigente.