Pressionada pelos partidos da base, a presidente Dilma Rousseff mandou abrir o cofre na tentativa de pacificar os aliados insatisfeitos com o controle sobre os gastos dos minist�rios e com o arrocho imposto � libera��o das emendas dos parlamentares em ano eleitoral. O movimento veio tarde e n�o foi capaz de abafar a rebeli�o da base, sobretudo do PMDB. O maior sinal do forte desgaste na rela��o com o Planalto foi a rejei��o ontem � tarde da recondu��o de Bernardo Figueiredo para a presid�ncia da Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O nome de Figueiredo era avalizado pela presidente por ser um petista que coordena o projeto do trem-bala, uma prioridade do Planalto.
O primeiro gesto de pacifica��o da base dado pela presidente Dilma foi determinar � ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que se reunisse nessa quarta � tarde com a colega do Planejamento, Miriam Belchior, para tratar da libera��o de recursos para emendas or�ament�rias de parlamentares que t�m pressa de atender as bases eleitorais.
A decis�o de entrar em campo e abrir negocia��o para pacificar os partidos rebelados veio no embalo do manifesto do PMDB contra o tratamento “privilegiado” do conjunto do governo ao PT, o que, para peemedebistas, p�e em risco a elei��o de prefeitos da sigla.
Na v�spera, em reuni�o com o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, descontentes do PMDB das cinco regi�es do Pa�s queixaram-se da “falta de instrumentos e autonomia” dos minist�rios para atender as bases.
“O pagamento das emendas n�o � favor: � direito nosso e est� na lei or�ament�ria”, protestou o l�der peemedebista na C�mara, Henrique Eduardo Alves (RN). “O que o partido vai dizer na sua base? Em outubro houve um acordo com o governo para a libera��o das emendas. Mas nada disso aconteceu. Pelo contr�rio, contingenciaram tudo.” Segundo Henrique Alves, os minist�rios n�o cumpriram de 30% a 40% dos empenhos autorizados pela pr�pria presidente. Agora, Dilma determinou que sejam refeitos os c�lculos para que as emendas sejam liberadas.
Coube ao PMDB aparecer como o pai da rebeli�o. Mas h� insatisfa��o em todos os partidos da base, at� mesmo do PT. Prova disso � que na reuni�o de l�deres governistas, ontem, o apoio ao manifesto do PMDB foi geral. “Todos os l�deres da base disseram que queriam assinar o documento”, assegurou Alves. � diante deste cen�rio que Temer e os l�deres peemedebistas dever�o participar de uma reuni�o, ainda hoje, com as ministras Gleisi e Ideli Salvatti (Rela��es Institucionais).
Henrique Alves admite que a queixa geral na bancada � de que ministros do PMDB n�o t�m autonomia para liberar um centavo. “Estamos discutindo a rela��o com o governo e queremos tratamento equ�nime: o que derem ao PT, tem que ser dado ao PMDB”, protesta o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).