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Estado de Minas

Representa��o feminina no Congresso � vergonhosa, avalia Luiza Erundina


postado em 08/03/2012 10:55 / atualizado em 08/03/2012 10:57

Chegar � prefeitura da maior cidade do pa�s representou um fato hist�rico para o Brasil e, para Luiza Erundina, uma ousadia a mais uma em sua vida. “Naquela ocasi�o ajudou, embora tenha trazido muito preconceito. Mulher, nordestina, de esquerda, do PT, ousar ser prefeita derrotando os caciques da pol�tica paulistana. Eu costumo dizer: s� faltava ser negra pra ter completado o quadro”, comenta a hoje deputada federal pelo PSB.

“A� era melhor, porque eu tinha mais uma raz�o porque lutar”, destacou a deputada ao se referir ao �nico preconceito que n�o sentiu na vida, o racial. “Porque a luta � ideol�gica, ela � cultural. Mais que uma luta do poder pelo poder. � uma luta por valores, por concep��es. N�o foi f�cil naquela ocasi�o, mas valeu a pena. Eu faria tudo de novo”, destacou.

Erundina assumiu a prefeitura de S�o Paulo em 1988. Ela considera que conseguiu imprimir uma marca de sensibilidade em sua administra��o. “Acho que a mulher tem mais sensibilidade para mudar a forma de exercer o poder, e essa � a nossa tarefa. N�o � s� disputar e conquistar poder. � transformar a forma de exercer o poder, sen�o reproduz o modelo machista, patriarcal, autorit�rio, centralizador. E o que � que muda? Nada.”

Hoje, na C�mara dos Deputados, exercendo seu quarto mandato, Erundina � autora do projeto que tem por objetivo garantir metade das cadeiras de dire��o da C�mara e do Senado para mulheres. Ela � uma das parlamentares mais combativas da sub-representa��o das mulheres no Parlamento brasileiro.“A nossa representa��o no Congresso Brasileiro � uma vergonha.”

Erundina, no entanto, n�o acredita que o preconceito de g�nero seja a �nica barreira para a ascens�o das mulheres. Em sua opini�o, essa baixa participa��o � fruto da cultura machista dominante no Brasil. “N�s, mulheres, n�o somos instadas, orientadas e estimuladas desde crian�a, adolescente, de jovens, a ocuparmos os espa�os p�blicos, como os meninos j� o fazem por estimulo da pr�pria fam�lia, do ambiente, da comunidade. E n�s incorporamos esse papel secund�rio nosso na sociedade. � como se o poder fosse para os homens e n�s n�o f�ssemos capazes de disputar e de exercer o poder”, observou.

“�s vezes at� subliminarmente: votamos em homens porque n�o queremos reconhecer nossa impot�ncia, nossa pretensa impot�ncia, nossa pretensa incapacidade, nossa inferioridade em rela��o aos homens. Portanto, h� uma carga cultural, educacional, social muito forte para se romper.”

Nesse contexto, a reforma pol�tica, na opini�o da deputada, � primordial n�o s� para alterar as regras eleitorais, mas para a organiza��o dos partidos e das pr�ticas pol�ticas, para a transpar�ncia e a forma como os agrupamentos pol�ticos funcionam.

“N�o tenho d�vida de que a barreira maior de integra��o de inclus�o da mulher na sociedade brasileira � o acesso ao poder”, enfatizou Erundina.

 

 


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