Dilma vai se reunir com todos os partidos da base aliada, diz l�der do governo

Bras�lia – Um dia depois de a presidenta Dilma Rousseff sofrer a primeira derrota imposta pela sua base aliada no Senado, em especial o PMDB, o l�der do governo, Romero Juc� (PMDB-RR), disse que est�o previstas conversas da presidenta com as bancadas de cada partido da alian�a pol�tica.

Nessa quarta-feira, a indica��o, pelo Executivo, do nome de Bernardo Figueiredo para ocupar o cargo de diretor-geral da Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi rejeitada pelo Senado por 36 votos, sendo a maioria deles de parlamentares governistas. O senador Roberto Requi�o (PMDB-PR) chegou a apresentar requerimento para adiar a vota��o da mat�ria, mas, como o pedido foi derrotado, o presidente do Senado, Jos� Sarney, colocou a mensagem presidencial com o nome de Figueiredo em vota��o.

"O governo ter� que correr atr�s do preju�zo. O PMDB, por ser o maior partido, foi o que teve maior n�mero de senadores [que votaram contra a indica��o presidencial], mas, proporcionalmente ao tamanho de cada bancada, ficou claro que se trata de uma insatisfa��o generalizada, que precisa ser estancada", destacou o l�der.

Perguntado quando seriam iniciadas as conversas com os partidos aliados, ele disse que depende apenas da presidenta marcar. Nesses encontros, estaria presente, tamb�m, a ministra de Rela��es Institucionais, Ideli Salvatti.

O senador disse que o governo j� tinha conhecimento dessa insatisfa��o crescente dos senadores aliados, de v�rios partidos, h� algum tempo. Segundo Juc�, os l�deres partid�rios levam permanentemente reclama��es pontuais de suas bancadas, de parlamentares que n�o s�o recebidos por ministros. H� queixas tamb�m de que os telefonemas dados �s autoridades n�o s�o retornados e que os pedidos de nomea��es de cargos nos estados n�o s�o atendidos. Al�m disso, h� uma certa demora no cumprimento de "quest�es or�ament�rias", segundo Juc�.

Para o l�der do PCdoB, In�cio Arruda (CE), que votou contra o requerimento de adiamento da vota��o, as insatisfa��es dos aliados passam tamb�m por uma luta dos partidos por mais representatividade no governo, seja na Esplanada dos Minist�rios ou em cargos de segundo escal�o. "Sempre haver� essa luta por mais espa�o na base, uma vez que n�o existe uma legenda que, sozinha, seja capaz de dar sustenta��o pol�tica ao governo”, disse.

In�cio Arruda ressaltou que, na vota��o de ontem pela rejei��o do nome de Figueiredo, faltou di�logo na base aliada para adiar a vota��o. Como Juc�, o l�der do PCdoB defende que as bancadas sejam recebidas separadamente pelo governo para discutir "problemas pontuais" de cada parlamentar. "Tem coisas que n�o d� para discutir no 'conselh�o' [nome dado ao Conselho Pol�tico do governo], que tem o papel de analisar as macropol�ticas e prioridades legislativas do Executivo".

Passada a derrota pol�tica imposta pelo Senado ao governo, o l�der do PT, Walter Pinheiro (BA), considera que � hora de aproveitar o epis�dio para ampliar os canais de interlocu��o e conviv�ncia entre os partidos aliados. Ele defende "um freio de arruma��o", neste momento, para que os l�deres fa�am uma avalia��o do que pode ser feito daqui para adiante.

Hoje, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) solicitou pedido de vista, na Comiss�o de Infraestrutura, das mensagens presidenciais que indicam mais dois diretores para a ANTT, Hederverton Andrade Santos e Mario Rodrigues J�nior. A presidenta da comiss�o, L�cia V�nia (PSDB-GO), concedeu vista coletiva, ou seja, para todos os parlamentares. Assim, as mensagens retornam � pauta na reuni�o da pr�xima quinta-feira. Segundo ela, o adiamento das vota��es servir� para que os relatores analisem melhor as indica��es, al�m de dar autonomia � presidenta Dilma para trocar os nomes, se for o caso.