Um dia depois do encontro entre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, dirigentes do PT e do PSB j� sa�ram a campo para tentar costurar acordos entre as duas siglas, com vistas �s elei��es municipais de outubro deste ano. Na tarde desta segunda, o presidente do PT paulista, Edinho Silva, reuniu-se com o deputado federal e pr�-candidato do PSB � prefeitura de Campinas, Jonas Donizette, para falar sobre um eventual acordo entre as duas siglas. A reportagem apurou que, no encontro, Jonas criticou o fato de o PT ter pregado voto nulo nas elei��es suplementares indiretas que ir�o ocorrer na cidade, no pr�ximo dia 10 de abril - pleito que definir� o substituto dos prefeitos cassados H�lio de Oliveira Santos (PDT) e Dem�trio Vilagra (PT).
O pessebista lamentou que o PT n�o tenha apoiado a coliga��o encabe�ada pelo vereador do PSB, Arly de Lara Romeo na cidade. Jonas Donizette considera importante a derrota ao atual prefeito interino Pedro Serafim (PDT), presidente da C�mara de Vereadores pois este teria articulado a cassa��o de Vilagra. As elei��es foram marcadas em Campinas em raz�o da chamada "dupla vac�ncia do cargo" - prefeito e o vice deixaram o posto. O ent�o prefeito H�lio teve o mandato cassado em agosto do ano passado e Vilagra, que era seu vice, sofreu impeachment em dezembro.
Jonas Donizette, que j� foi l�der do ent�o governador Jos� Serra na Assembleia Legislativa de S�o Paulo, disse tamb�m que na semana passada recebeu um telefonema de Serra. O tucano telefonou para tranquiliz�-lo quanto ao cumprimento do acordo em Campinas. Em troca do apoio, os l�deres do PSDB em S�o Paulo esperam uma reciprocidade do PSB quanto � candidatura do ex-governador. A esse respeito, Donizette argumentou: "Em nenhum momento eu condicionei este apoio, porque S�o Paulo passa por uma negocia��o nacional". Apesar disso, o presidente do PSDB paulista, deputado Pedro Tobias, disse � Ag�ncia Estado que espera reciprocidade neste caso. "Vamos apoiar Donizette e esperamos o apoio do PSB a Jos� Serra em S�o Paulo", frisou.
Contradi��es
Depois da conversa com Donizetti, o presidente do PT em S�o Paulo deve procurar o presidente do PSB paulista, Marcio Fran�a, que � secret�rio de turismo do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Entretanto, um acordo entre os pessebistas com os tucanos em S�o Paulo passa pelo crivo do presidente nacional da sigla, Eduardo Campos, que ontem esteve reunido com Lula. Em entrevista hoje, � r�dio Jornal do Recife, Campos reiterou sua proximidade com o PT da presidente Dilma Rousseff. "(No encontro) Fizemos uma leitura do quadro pol�tico nacional, reafirmamos parte a parte a alian�a estrat�gica do PT com PSB em n�vel nacional, na base de sustenta��o do governo Dilma e sabemos que nas elei��es municipais temos de conviver com as contradi��es que s�o pr�prias nas disputas nas cidades", disse o governador, com rela��o ao tamanho da base do governo Dilma, que comporta legendas de v�rias vertentes, muitas das quais concorrentes em v�rias cidades neste pleito.
Eduardo Campos disse tamb�m que � importante atuar naquilo que � poss�vel resolver e citou que existe uma comiss�o eleitoral do PT, coordenada pelo secret�rio nacional de organiza��o do PT, Paulo Fateschi, e do PSB, coordenada pelo vice-presidente do PSB Roberto Amaral, para fazer um mapeamento da situa��o das duas siglas nos munic�pios e ver onde � poss�vel o PT apoiar o PSB e vice-versa. Al�m de S�o Paulo, onde a sigla � disputada tanto por petistas quanto por tucanos, outras cidades tamb�m enfrentam negocia��es delicadas, como � o caso do Recife, onde Lula pediu para Campos apoiar o nome de Maur�cio Rands, deputado federal e secret�rio do governo, para disputar a prefeitura pelo PT. Contudo, o nome de Rands poderia barrar a candidatura � reelei��o do atual prefeito, Jo�o da Costa, tamb�m do PT, mas cujo governo n�o � bem avaliado pela legenda. "N�o temos veto a qualquer nome, n�o fizemos nenhum a��o para apoiar alguma alternativa, queremos um nome que unifique a frente popular (no Estado)", frisou Eduardo Campos.