O per�odo de car�ncia da presidente Dilma Rousseff terminou nesta quarta para o pr�-candidato do PSDB � Presid�ncia da Rep�blica, senador A�cio Neves (MG). Ele subiu � tribuna do Senado e fez, 15 meses ap�s a posse da presidente Dilma, seu mais duro discurso contra o atual governo e as primeiras cobran�as diretas � chefe do Executivo. A�cio disse que o governo est� parado, que nenhuma reforma estruturante chegou ao Congresso e que a verdadeira heran�a maldita do atual governo � o retorno � d�cada de 1950, quando o Brasil era exportador de commodities.
Ao comentar o esc�ndalo do "recorde de ministros ca�dos sob grave suspei��o", A�cio falou da "m�o pesada do poder da Presid�ncia, que baixou sobre cada um dos suspeitos, como se n�o fosse a mesma m�o que antes os nomeara e os conduzira para o governo". Para A�cio, foi uma solu��o c�moda, para uma presidente que se comportou como se n�o fosse "autoridade central nos oito anos da administra��o anterior".
O pr�-candidato tucano falou durante 15 minutos e n�o concedeu aparte para conseguir concluir um discurso de cinco p�ginas e meia. No in�cio da sess�o plen�ria, antes da ordem do dia, os oradores inscritos t�m apenas dez minutos para discursar. Na presid�ncia da Casa, a senadora Marta Suplicy tocou insistentemente a campainha, por cinco vezes, para lembrar A�cio que seu tempo estava esgotado. Encerrado o discurso, ela teve de ouvir os protestos do senador tucano M�rio Couto (PA), que lhe cobrou o tratamento diferenciado concedido ao presidente do Senado, Jos� Sarney. H� 20 dias, quando Sarney subiu � tribuna para fazer um discurso seguran�a, a presidente em exerc�cio Marta Suplicy foi bem mais flex�vel, concedendo 45 minutos.
"Aqui n�o tem regimento. Para o Sarney ela desligou o cron�metro. O A�cio ela n�o deixa falar", reclamou o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PB). Diante dos protestos, Marta assumiu a diferen�a de tratamento: "Fiz uma liberalidade com o senador A�cio, agora; e uma liberalidade com o presidente Sarney por decis�o pr�pria". M�rio Couto reagiu aos gritos. "A senhora manda e desmanda, faz o que quer?", indagou Couto, ao que Jarbas completou: "� o PT que faz o que quer. Querem fazer o Senado de idiota".