A presidente Dilma Rousseff reuniu-se ontem por duas horas e quarenta minutos na subsede da Presid�ncia, na Avenida Paulista, com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva para pedir a ele que tenha cautela ao incentivar a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Cachoeira - que investigar� la�os de pol�ticos e agentes privados com o contraventor Carlos Augusto Ramos, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais. A presidente teme que as investiga��es respinguem em seu governo.
Ao lado do presidente do PT, Rui Falc�o, Lula tem sido um dos principais incentivadores da CPI do Cachoeira. Eles entendem que com a CPI ser� poss�vel provar que n�o houve o mensal�o - maior esc�ndalo do governo do PT, ocorrido em 2005, em que parlamentares da base aliada votavam a favor de projetos de interesse do Pal�cio do Planalto em troca de uma remunera��o mensal, conforme o relat�rio da CPI dos Correios.
Essa ideia foi refor�ada depois da volta de Dilma dos Estados Unidos. Recados do governador do Rio de Janeiro, S�rgio Cabral (PMDB), do presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP), do l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e do senador Delc�dio Amaral (PT-MS) que chegaram � presidente classificam a CPI como "de alto potencial destrutivo".
"O alcance dessa CPI � inimagin�vel. S� a empresa Delta Constru��es (que aparece nas grava��es telef�nicas feita pela Opera��o Monte Carlo, da Pol�cia Federal, e recebeu R$ 4,13 bilh�es do governo federal por obras do Programa de Acelera��o do Crescimento - PAC) - est� presente em quase todo o Pa�s, principalmente na constru��o e reforma de estradas", disse o senador Delc�dio. "Eu j� fiz v�rios alertas sobre isso. Est�o brincando com fogo", afirmou ainda o senador petista.
Delc�dio foi o presidente da CPI dos Correios, que apurou o esc�ndalo do mensal�o, e sabe que, uma vez em funcionamento, o desdobramento das investiga��es � algo incontrol�vel.