Briga por vaga esquenta clima na C�mara Municipal de Belo Horizonte

Aliado cobi�ado para apoiar a reelei��o de Marcio Lacerda (PSB) como prefeito de Belo Horizonte, o PT � a noiva pouco atraente se o altar � para forma��o de chapa na disputa de vagas na C�mara dos Vereadores. As duas principais legendas, PSB e PSDB, que, ao lado dos petistas, defendem a recondu��o de Lacerda ao cargo, n�o querem nem ouvir falar na possibilidade de se coligar com o partido da estrela para brigar por cadeiras no Poder Legislativo municipal. A tens�o fez com que vereadores do PSB chegassem ontem, no Plen�rio da C�mara, a amea�ar entrar na Justi�a para garantir que a uni�o n�o ocorra.

O temor tanto do PSDB quanto do PSB � o de ter a bancada reduzida. O chamado “corte”, n�mero de votos necess�rios para eleger um vereador, ser� de 8 mil este ano, segundo contas de vereadores dos tr�s partidos. Como o PT tem pelo menos quatro candidatos com chances de atingir o patamar, os outros partidos da coliga��o tendem a conseguir n�mero menor de vereadores. “Nosso partido, sozinho, consegue fazer seis ou sete parlamentares em outubro. Com o PT, far�amos dois”, afirma o vice-presidente da C�mara, Alexandre Gomes (PSB). A bancada do partido tem atualmente tr�s parlamentares. Ainda conforme c�lculos do vice-presidente da Casa, o PT, coligado ao seu partido, conseguiria nove vereadores.

A possibilidade de coliga��o entre as duas legendas tomou boa parte da sess�o de ontem na C�mara, principalmente com os rumores de que o presidente estadual do PSB, Walfrido Mares Guia, teria assinado um acordo com o presidente nacional do PT, Rui Falc�o, concordando com a alian�a entre os dois partidos na disputa por vagas na C�mara. “Qualquer coliga��o s� ser� feita se for bom para os dois lados, ent�o, o PSB n�o se unir� ao PT”, diz Alexandre Gomes.

O colega de partido do vice-presidente da Casa, F�bio Caldeira, falou de um “clima ruim” dentro da legenda com a possibilidade de alian�a com os petistas. “Mais da metade dos candidatos do PSB abandonar� a disputa de outubro se a alian�a para corrida por vagas na C�mara for concretizada.” Em meio �s reclama��es dos vereadores do partido de Marcio Lacerda, o vereador petista Arnaldo Godoy afirmou, ao fim do pronunciamento de Caldeira, que a alian�a havia sido formatada pelo presidente estadual do PSB.

O aperto vivido pelo partido n�o deixa de soar como uma esp�cie de troco para a ala petista que n�o queria a alian�a com Lacerda. Se a coliga��o com o PSB para a disputa por vagas no Legislativo ocorrer, a bancada do PT cresceria usando a legenda do prefeito como uma esp�cie de bucha de canh�o, j� que a legenda n�o tem tantos candidatos com expectativa de receber volume superior a 8 mil votos.

O l�der dos socialistas na C�mara, Daniel Nepomuceno, afirma que no congresso municipal do PSB realizado no ano passado ficou definido que o partido n�o se coligaria com o PT. “Para que isso mude � necess�rio outro encontro”, argumenta.

Tucanos

Sem amarras com o PT no plano federal, diferentemente do PSB, que ser� aliado do partido governista em outras capitais, o PSDB tem maior tranquilidade para caminhar ao lado da legenda da presidente Dilma Rousseff na disputa pela prefeitura, mas, ao mesmo tempo, refugar a coliga��o para a briga por vagas na C�mara. “J� avisei: se for para fechar apenas com o PSB, n�o h� problemas. Mas se o PT estiver, n�o passamos nem perto”, diz o l�der tucano na C�mara, Pablo C�sar Pablito, respons�vel pelas negocia��es para forma��o da chapa de candidatos do partido.