A Delta Constru��es usou dos servi�os do grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira para monitorar as investiga��es de superfaturamento em uma das mais importantes obras da empresa no Estado do Rio de Janeiro: a constru��o da nova sede do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
“Aquele outro neg�cio que voc� me pediu est� bem adiantado. Aquele instituto l� do Rio de Janeiro, que estava no TCU, entendeu? E a� o pessoal foi l� e buscou”, diz Dad�, em escuta de 9 de agosto do ano passado. “Ah, entendi. Pois �. D� not�cia daquilo l�. Aquilo � muito importante da gente saber”, responde Abreu.
O di�logo entre o araponga e o executivo da Delta ocorreu uma semana ap�s a divulga��o das conclus�es de uma investiga��o da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) que apontava pagamentos irregulares na segunda fase da obra.
Segundo o relat�rio de auditoria anual de contas da CGU (n.º 201108819), houve um sobrepre�o de R$ 23,5 milh�es nos valores pagos � Delta. Tamb�m foi constatada uma cobran�a em duplicidade avaliada em R$ 3,4 milh�es.
Como a segunda fase da obra estava or�ada em R$ 63,9 milh�es, os valores pagos irregularmente � construtora - R$ 26,9 milh�es - representavam 42% do total.
Em mar�o, o TCU confirmou ter constatado sobrepre�o no valor de R$ 20,9 milh�es nos pagamentos feitos � Delta pela constru��o do Into e condicionou a libera��o dos valores � apresenta��o de garantias. A decis�o � preliminar e ainda cabe recurso.
No total, a obra da nova sede do Into, que fica no antigo pr�dio do Jornal do Brasil, zona portu�ria do Rio, consumiu R$ 198,10 milh�es entre 2008 e 2012 - segundo dados do Portal da Transpar�ncia do governo federal. A Delta recebeu R$ 192,8 milh�es, o que corresponde a 97,36% do total desembolsado.
Os pagamentos sa�ram do Fundo Nacional de Sa�de e representaram a segunda maior fonte de faturamento da construtora no governo federal entre 2008 e 2010. Apenas o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) desembolsou mais em favor da Delta - principal executora de obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC).
Outro lado
Em nota, o Into informou que suspendeu os pagamentos � Delta em dezembro de 2010, depois que foi notificada pela CGU. “Essa medida foi tomada oito meses antes da divulga��o da auditoria anual de contas da pr�pria CGU, em agosto de 2011. Com isso, evitou-se qualquer eventual dano aos cofres p�blicos. A decis�o de suspens�o dos pagamentos � construtora foi endossada pelo TCU.”
Tamb�m por nota, a Delta disse que desconhece “completamente o assunto”, ressaltando que, sempre que necess�rio, constitui advogados para represent�-la junto ao TCU e � CGU - “�rg�os de controle que se regem por regras, normas e ritos processuais r�gidos”, informa a empresa.