
“Com a decis�o, o futuro do Morro do Engenho deixa de ser uma decis�o pol�tica”, comemora o promotor de Congonhas, Vin�cius Alc�ntara Galv�o. O morro � parte fundamental do investimento planejado pela CSN, de R$ 11 bilh�es, pois ser� minerado, inclusive na face voltada para a cidade. Al�m da expans�o da retirada de min�rio de ferro, os bilh�es englobam a constru��o de uma usina sider�rgica, duas usinas de pelotiza��o e um condom�nio industrial. Quando conclu�das todas as obras, a previs�o da empresa � de que sejam gerados 20 mil empregos diretos e indiretos na cidade, que tem hoje 48 mil habitantes.
O morro � a moldura natural dos profetas esculpidos por Aleijadinho no adro da Bas�lica de Bom Jesus de Matosinhos, declarado Patrim�nio da Humanidade. Tamb�m � reserva ambiental com 29 capta��es de �gua, que responde pela metade do abastecimento de Congonhas. Por�m, a a��o do MP n�o levou em conta o conte�do hist�rico do Morro do Engenho. O MP j� avisou que, caso a minera��o avance, pedir� o descredenciamento da cidade como patrim�nio hist�rico da humanidade. “O pleito ministerial se encontra vastamente guarnecido de provas da possibilidade de serem alteradas as �reas de prote��o ambiental da requerida, o que pode, futuramente, prejudicar o abastecimento de �gua pot�vel da popula��o”, afirmou a ju�za na senten�a.
A CSN n�o se manifestou, pois alegou que n�o foi notificada da liminar. Al�m do promotor de Congonhas, a a��o civil p�blica mobilizou outros tr�s promotores: o coordenador das promotorias de Defesa da Bacia dos Rios das Velhas e Paraopeba, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, o coordenador das promotorias de Defesa das Bacias Hidrogr�ficas, Paulo C�sar Vicente de Lima, e o coordenador das promotorias de Defesa do Patrim�nio Cultural e Tur�stico de Minas, Marcos Paulo de Souza Miranda.
Parecer
A C�mara de Congonhas contratou uma consultoria para produzir um parecer e auxiliar os vereadores na vota��o da semana que vem. O MP j� fez estudo t�cnico recomendando que os vereadores protejam o Morro do Engenho. Independentemente do parecer, o presidente do Legislativo, Eduardo Matosinhos (PR), acredita que os interesses da CSN ser�o derrotados. Matosinhos � o principal defensor da empresa entre os vereadores e um dos tr�s da atual legislatura que receberam dinheiro, como financiamento de campanha, da Galvasud S.A., empresa pertencente � CSN e hoje chamada de CSN/Porto Real.