Comiss�o da Verdade abre portas � concilia��o, diz Fernando Henrique Cardoso

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acredita que a instaura��o da Comiss�o da Verdade, voltada para esclarecer viola��es de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, vai permitir abrir as "portas para uma reconcilia��o".

Ele participou da cerim�nia de posse dos sete integrantes da comiss�o, na manh� desta quarta-feira, no Pal�cio do Planalto, ao lado da presidente Dilma Rousseff e dos ex-presidentes Jos� Sarney, Luiz In�cio Lula da Silva e Fernando Collor.

"Eu acho que a presidente (Dilma) falou por todos n�s, � um dia importante para o Brasil, com esse esp�rito de reconhecer a verdade, guardar na mem�ria e ao mesmo tempo abrir as portas para uma reconcilia��o. Aqui � uma quest�o de Estado, n�o � pol�tica", afirmou Fernando Henrique Cardoso a jornalistas, ap�s a cerim�nia.

"Uma coisa � a Justi�a, outra a mem�ria. E aqui se trata de ver a mem�ria, a interpreta��o que cada um dar�, mas os fatos s�o os fatos, a comiss�o tem de revelar os fatos."

Sancionada pela presidente em novembro passado, a lei que cria a Comiss�o da Verdade fixa como objetivos do grupo "esclarecer os fatos e as circunst�ncias dos casos de graves viola��es de direitos humanos" ocorridos entre 1946 e 1988 e "promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos for�ados, oculta��o de cad�veres".

A lei tamb�m estabelece que � "dever dos servidores p�blicos e dos militares" colaborar com o grupo. As atividades da comiss�o, ressalta o texto, n�o ter�o "car�ter jurisdicional ou persecut�rio". A partir da sua instaura��o, a comiss�o ter� um prazo de dois anos para concluir os trabalhos e apresentar um relat�rio.

A Comiss�o da Verdade � formada por Jos� Carlos Dias, Gilson Dipp, Rosa Maria Cardoso da Cunha, Cl�udio Fonteles, Paulo S�rgio Pinheiro, Maria Rita Kehl e Jos� Paulo Cavalcanti Filho.