Novo indexador da d�vida dos estados com a Uni�o sair� em breve, diz l�der do governo

Bras�lia – A troca do �ndice de corre��o da d�vida dos estados com a Uni�o, assunto que aparentava estar momentaneamente fora da pauta do Congresso Nacional, em especial no Senado, se mant�m na agenda pol�tica longe dos holofotes da imprensa. O l�der do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse que "em breve" deve ser pactuado um acordo com a Uni�o, como consequ�ncia das conversas mantidas com o Minist�rio da Fazenda.

Em entrevista, o coordenador de Economia Monet�ria e C�mbio do Instituto Nacional de Pesquisas Econ�micas Aplicadas (Ipea), Thiago Martinez, disse que, a m�dio prazo, a infla��o est� sob controle. Esse � um dos fatores preponderantes no andamento das negocia��es entre os senadores e o governo para a troca do atual �ndice Geral de Pre�os - Disponibilidade Interna (IGP-DI) pela taxa b�sica de juros, a Selic, como indexador da d�vida.

Martinez, no entanto, evitou vincular os dois assuntos. No que diz respeito ao controle inflacion�rio, ele disse que a queda da taxa nos �ltimos 12 meses, a economia desaquecida e a gera��o de empregos praticamente estabilizada em baixo patamar representam uma oportunidade para o governo federal tomar as medidas necess�rias, a m�dio prazo, de adequa��o de "problemas econ�micos hist�ricos", entre os quais a queda dos juros banc�rios j� enfrentado pela presidenta Dilma Rousseff.

Os parlamentares que negociam com o governo parecem ter assimilado esse racioc�nio. Eduardo Braga reconheceu que o controle da infla��o � um dos fatores que viabiliza as negocia��es em andamento entre congressistas e autoridades econ�micas do governo. Ele acrescentou que n�o existe ainda uma expectativa de descontrole na infla��o de demanda no pa�s.

Na mesma linha de racioc�nio do t�cnico do Ipea, Braga destacou que o Executivo est� atento a qualquer possibilidade de repique da infla��o. O parlamentar, que est� em permanente contato com autoridades do Minist�rio da Fazenda, destacou que "o segredo agora � tomar medidas para preservar o mercado aquecido e garantir a gera��o de empregos a fim de que o trabalhador preserve seu poder de compra".

O senador Romero Juc� (PMDB-RR), outro parlamentar que tem contato direto com as autoridades econ�micas, disse que a negocia��o do novo indexador "est� sob controle" e � um tema que requer urg�ncia. "Cada dia que passa, a diferen�a [percentual] entre a Selic e a d�vida dos estados aumenta", alertou. Juc� acrescentou que os parlamentares avaliam uma f�rmula que viabilize a aprova��o da mat�ria.

J� o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), contr�rio � utiliza��o da Selic como fator de corre��o da d�vida dos estados, voltou a defender sua proposta alternativa de usar o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). "Um devedor [estado] n�o pode acertar o indexador [de sua d�vida] com o credor [Uni�o]. Voc� acha que se tiver uma explos�o inflacion�ria, a Selic n�o vai subir?", disse o parlamentar. O principal argumento de Dornelles a favor do IPCA � o fato de a taxa b�sica de juros ser um instrumento de controle da infla��o.