Respons�vel pela propaganda eleitoral de Marconi Perillo (PSDB) no r�dio em 2010, o jornalista Luiz Carlos Bordoni afirma que uma empresa do esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira foi usada para pagar os servi�os de publicidade que ele prestou para a campanha do governador goiano. Segundo Bordoni, o pagamento, feito pela Alberto e Pantoja, empresa fantasma que segundo a PF era controlada por Cachoeira, foi comandado por L�cio Fi�za Gouthier, assessor especial de Perillo.
Segundo o jornalista, o pagamento saiu depois de ele ter cobrado o staff de Perillo da d�vida, que j� perdurava seis meses. Quem cuidou da opera��o foi o assessor do governador.
“O sr. L�cio Gouthier me ligou perguntando o n�mero da minha conta pra depositar esse dinheiro. Eu disse a ele que estava viajando, e que minha filha, que paga minhas contas e administra as minhas coisas, iria receber. Dei o n�mero da conta dela para ele. De repente, essa conta foi passada para a Pantoja”, sustentou Bordoni, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo. “O dinheiro foi depositado pela Pantoja na conta da minha filha. Era d�vida de campanha do governador Marconi Perillo dos R$ 90 mil de saldo do trabalho que prestei a ele no programa de r�dio na campanha de 2010.”
Assessor
L�cio Gouthier � o assessor de Perillo que assinou documento afirmando ter recebido R$ 1,4 milh�o pela casa do governador, que supostamente foi vendida para Carlinhos Cachoeira. Ele tamb�m � suspeito de ter recebido R$ 500 mil, que teriam sido enviados pelo bra�o direito do contraventor, Wladimir Garc�z, ao Pal�cio das Esmeraldas, sede do governo goiano, em uma caixa de computador.
A assessoria de Perillo nega ter feito os pagamentos por meio da empresa. “O L�cio Gouthier � o homem que resolve todas as quest�es pendentes das campanhas eleitorais. Ele se responsabilizou por isso, ele resolveu e ele pagou. Pediu o n�mero da conta pra depositar e depositou”, afirma Bordoni, que comandou todas as propagandas eleitorais de Perillo no r�dio desde 1998, e, em 2010, al�m de dirigir os programas, era tamb�m o locutor.
Bordoni afirma que ele e Bruna s� se deram conta da origem do pagamento quando o nome da filha apareceu na quebra de sigilo da Alberto e Pantoja. Bruna chegou a ser nomeada em 2005 como assessora do senador Dem�stenes Torres, mas n�o tomou posse porque foi diagnosticada com uma doen�a no f�gado e teve de fazer um transplante. Segundo Bordoni, a nomea��o era um gesto de gratid�o porque ele havia feito a campanha de Dem�stenes ao Senado em 2002 sem cobrar.
O jornalista declarou conhecer Perillo desde que o governador integrava o PMDB Jovem na d�cada de 1980, e disse ter “rela��o de amizade” com o tucano.
Bordoni diz ter resolvido vir a p�blico denunciar o pagamento quando o nome de sua filha foi citado durante o depoimento de Dem�stenes ao Conselho de �tica, nesta quarta, e por ter tido sua credibilidade sob suspeita. “Prestei o servi�o honestamente. N�o vou deixar que ningu�m venha avacalhar minha credibilidade por causa de Cachoeira.”