O senador A�cio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta segunda que o governador tucano Marconi Perillo (GO) ter� oportunidade de se explicar sobre os recursos que o jornalista Luiz Carlos Bordoni afirmou ter recebido de empresa ligada ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para prestar servi�os � campanha do goiano. Para o senador, como homem p�blico, Perillo deve ter garantido o direito "leg�timo" de prestar esclarecimentos sobre "esse pagamento e outros que venham a surgir".
O governador deve ser ouvido pela Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) que tramita no Congresso para investigar o esquema de Cachoeira no pr�ximo dia 12, mas tucanos tentam antecipar seu depoimento para evitar que o desgaste se prolongue. Em visita �s obras do est�dio Mineir�o, em Belo Horizonte, A�cio disse que ainda n�o conversou com o correligion�rio sobre as acusa��es, mas avaliou que Perillo "tem sido muito enf�tico e muito firme nas explica��es" sobre as den�ncias que surgiram at� o momento. "(O governador) ter� oportunidade, por sua pr�pria iniciativa, de estar na CPI para prestar todos os esclarecimentos. Inclusive a esse pagamento e a outros que venham a surgir. O homem p�blico � isso, ele tem que estar sempre � disposi��o", ressaltou o senador.
O mineiro tamb�m defendeu a celeridade dos trabalhos da CPI para evitar que as investiga��es se tornem "um instrumento de briga pol�tica" com a proximidade das elei��es municipais, em outubro. "(A CPI) n�o pode se resumir em uma briga entre base do governo versus oposi��o. Ela, para atingir os seus objetivos, tem que investigar todas as rela��es do contraventor Cachoeira no setor p�blico em todos os n�veis, federal, estaduais e municipais, e tamb�m com o setor privado, sem preocupa��o regional, nacional", disse. "� isso que esperamos e vamos estar vigilantes para denunciar qualquer tentativa de resumi-la em uma briga entre a maioria governista versus a minoria da oposi��o", completou o tucano.
Sobre a situa��o do senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO), flagrado pela Pol�cia Federal (PF) em v�rias conversas telef�nicas com o contraventor, A�cio avaliou que as den�ncias s�o "extremamente graves e constrangem muito o Senado Federal". O mineiro n�o quis antecipar se � a favor da cassa��o do mandato do colega, investigado pela Comiss�o de �tica da Casa, mas se disse a favor do voto aberto na quest�o para que cada parlamentar possa "se manifestar" sobre o caso. "Obviamente tenho que respeitar o tempo normal e n�o cabe a mim antecipar isso, mas voc�s, em um momento certo, saber�o claramente o meu voto", concluiu.