
Na an�lise de Fahid � uma vergonha para o pa�s ter concedido anistia os torturadores. “� um crime contra a humanidade”. Fahid destaca uma quest�o: “Se os rapazes e as mo�as que pegaram em armas n�o t�m vergonha de dizer que fizeram isso e t�m at� orgulho, por que os militares tentam esconder que houve tortura?”. O pr�prio advogado responde: “Os militares t�m um verdadeiro horror de que a fam�lia deles descubra o passado. Que ele pegou uma pessoa subjugada para impor humilha��es e torturas. A pena deles � a pr�pria consci�ncia”.
Quem tamb�m confirma as torturas praticadas em Juiz de Fora � outro advogado membro da Comiss�o da Verdade da OAB-MG, Carlos Augusto Cateb, que fez a defesa de diversos integrantes do Comando de Liberta��o Nacional (Colina), grupo da presidente Dilma Rousseff. “Houve tortura em Juiz de Fora. Eu mesmo portei v�rios bilhetes que narravam as atrocidades cometidas”, lembra.
Cateb foi advogado de �ngelo Pezzuti, um dos l�deres do Colina. Foi por uma suposta troca de bilhetes entre Pezzuti e Dilma que a presidente foi torturada em Juiz de Fora, conforme revelou com exclusividade o Estado de Minas, em s�rie de reportagens iniciada no domingo. A maneira como os bilhetes entravam e sa�am do Pres�dio de Linhares, em Juiz de Fora, � sui generis e revela que apesar do poder e das armas, os militares podiam ser enganados com um pouco de esperteza.
“O pessoal dos movimentos confeccionava os bilhetes em pap�is bem pequenos. Pegavam um ma�o de cigarro, tiravam o fumo dos cigarros, colocavam o bilhete enroladinho e colocavam o fumo novamente. Quando chegava para falar com o �ngelo v�rios militares armados ficavam observando a conversa. Mostrava o ma�o de cigarro, colocava em cima da mesa e come�ava a fumar. O �ngelo, ou outro preso, fazia a mesma coisa. No fim da conversa eu pegava a cartela de cigarro dele e ele pegava a minha. Enquanto estava preso, ele tamb�m fazia os bilhetes e levava para o pessoal do movimento”, relata Cateb.
O que atesta as p�ssimas condi��es em Linhares s�o as greves de fome feitas pelos presos pol�ticos. A primeira foi em mar�o de 1971, quando 42 homens e mulheres ficaram 13 dias sem comer. Cinco meses depois, 50 presos voltaram a fazer outra greve de fome.
Guerrilha
Cateb lembra que o acesso para Linhares era uma rua estreita, na beira de um rio, em que passava apenas um carro. A historiadora Isabel Cristina Leite fez um trabalho de conclus�o de curso, em 2006, na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), focando o Colina. No trabalho, Leite escreveu sobre a Penitenci�ria de Linhares: “A Penitenci�ria Regional Jos� Edson Cavalieri foi inaugurada em 1966 com presos vindos de Belo Horizonte. Ficou conhecida por Penitenci�ria de Linhares por causa da sua localiza��o – o Bairro de Linhares, em Juiz de Fora. A recep��o de presos pol�ticos come�ou em 1967, com militantes presos na Guerrilha do Capara�, contudo, somente em 1969 � que chegam os primeiros integrantes da guerrilha urbana – integrantes da Colina e Corrente.”
De acordo com a pesquisa da historiadora, os presos se referiam a Linhares como um purgat�rio. A frase usada pelos detentos era: “Sair do inferno e cair no purgat�rio”. Isso �, sair do local onde aconteciam as torturas e ir para a pris�o. Por�m, as torturas mais cru�is aconteciam fora da pris�o. Como aconteceu com a presidente Dilma, que foi levada para outro local na cidade para ser torturada. “Os militares estavam empenhados em uma esp�cie de guerra sagrada para impedir um iminente perigo de revolu��o socialista”, diz Fahid, sobre a convic��o dos militares.
Repercuss�o
Pravda (R�ssia)
Documentos revelam detalhes da tortura sofrida por Dilma em Minas
A presidente Dilma Vana Rousseff foi torturada nos por�es da ditadura em Juiz de Fora, Zona da Mata mineira, e n�o apenas em S�o Paulo e no Rio de Janeiro, como se pensava at� agora. � o que revelam documentos obtidos com exclusividade pelo Estado de Minas , que at� ent�o mofavam na sala do Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG), no Edif�cio Maletta, no Centro de Belo Horizonte.
Focus agence (Bulg�ria)
Dilma Rousseff fala de sua tortura por militares
De acordo com um relato autobiogr�fico in�dito feito pela primeira presidente da na��o sul-americana, publicado na segunda-feira em meios de comunica��o, ela foi submetida a tortura regular. Rousseff, 64, contou suas experi�ncias sob o regime militar no Brasil mais de uma d�cada atr�s.
Aufait (Marrocos)
A presidente do Brasil faz relato in�dito da tortura que sofreu
Aos 22 anos, quando lutou contra a ditadura militar, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, foi torturada, incluindo sess�es de choques el�tricos e espancamentos que deslocaram sua mand�bula, de acordo com depoimento in�dito dela publicado na m�dia.
TM News (It�lia)
Brasil: Presidente Dilma reconta tortura sofrida sob a ditadura
Era 1970, a atual chefe de Estado tinha 22 anos quando foi presa e encarcerada durante tr�s anos no Rio, S�o Paulo e Minas Gerais, onde aos 16 anos ela se juntou aos guerrilheiros. Segundo estimativas oficiais, cerca de 400 brasileiros foram assassinados ou desapareceram durante a ditadura.
Gionarllettismo (It�lia)
Eu, guerrilheira, fui torturada
O documento com o depoimento de Dilma Rousseff chegou ao jornal Estado de Minas, que publicou trechos. A presidente fala sobre uma s�rie de ataques em Minas, incluindo sess�es de eletrochoque e de pau de arara.