
A presidente Dilma Rousseff relembrou nesta sexta-feira, durante entrevista coletiva ap�s o an�ncio de medidas de prote��o ao consumidor, o per�odo em que esteve presa em plena ditadura militar. Ao ser questionada sobre cr�ticas que o governo vem recebendo de alguns setores, a presidente fez uma an�lise do tempo em que, segundo ela, n�o era poss�vel criticar. “Eu, presidente da Rep�blica, estive presa ali ao lado. Agora eu, presidente da Rep�blica, conseguia conviver perfeitamente com o barulho das manifesta��es e achar que era absolutamente natural”, disse.
Reflexiva, Dilma contou que durante evento em que participou no rec�m inaugurado Museu de Arte do Rio (MAR), reconheceu o local onde esteve presa durante a ditadura militar. “Outro dia eu estava l� no MAR, no Rio, eu estava em uma cerim�nia e tinha tr�s reivindica��es ocorrendo. Era um barulho bastante elevado, porque o MAR � aquele museu maravilhoso, que fizeram l� no Rio de Janeiro. E, ao lado do MAR – a vida � engra�ada -, eu olhei para o pr�dio e n�o vi nada, mas l� de cima eu olhei para baixo e falei: ‘conhe�o esse p�tio’. O p�tio era o p�tio da Pol�cia Federal onde eu estive presa”, relembrou, completando logo em seguida: “Ent�o eu pensei assim, que esse Brasil � �timo”.
Dilma lamentou o per�odo de restri��o dos direitos em que viveu, mas se mostrou otimista com a atual realidade. “Que mostra que ao longo da minha vida pessoal, o que � dif�cil ao longo da vida de uma pessoa humana, eu assisti � ditadura. E a maior democracia na Am�rica Latina eu vi nascer nessa terra”, concluiu.
Em junho do ano passado, o Jornal Estado de Minas revelou, com exclusividade, que al�m do Rio e de S�o Paulo, como se pensava, a presidente Dilma tamb�m foi torturada nos por�es da ditadura em Juiz de Fora, Zona da Mata mineira. Em Minas, ela foi colocada no pau de arara, apanhou de palmat�ria, levou choques e socos que causaram problemas graves na sua arcada dent�ria. � o que revelaram documentos obtidos com exclusividade pelo jornal, que at� ent�o mofavam na �ltima sala do Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG). As instala��es do conselho ocupam o quinto andar do Edif�cio Maletta, no Centro de Belo Horizonte. Um tanto decadente, sujeito a inc�ndios e infiltra��es, o velho Maletta foi reduto da milit�ncia estudantil nas d�cadas de 1960 e 70.
Na �poca, ao comentar a reportagem do Estado de Minas sobre a tortura que sofreu em Juiz de Fora (MG), a presidente aproveitou para pregar o fim da tortura policial ainda existente no Brasil: “Venho dando depoimentos ao longo da minha vida. Alguns te asseguro muito dif�ceis. E este pa�s evoluiu muito. E tem que evoluir mais, porque os depoimentos dif�ceis t�m que ser eliminados em todas as esferas, inclusive na atividade da pol�cia, em geral”, afirmou.