Fam�lia Herzog refuta defesa do governo � OEA

O engenheiro Ivo Herzog disse nessa quinta-feira, em S�o Paulo, que considera "inaceit�vel" e "afrontosa" a resposta enviada pelo governo brasileiro � Comiss�o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organiza��o de Estados Americanos (OEA), no caso da den�ncia que envolve a morte de seu pai, o jornalista Vladimir Herzog. Vlado morreu nas depend�ncias do Ex�rcito em S�o Paulo, em 1975, ap�s ter se apresentado para prestar esclarecimentos sobre suas atividades pol�ticas. Na vers�o oficial, ele havia cometido suic�dio. Segundo familiares, amigos e organiza��es de direitos humanos, foi torturado e executado.

Procurado, o Itamaraty informou que serviu apenas de intermedi�rio e que o texto foi elaborado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos.

A notifica��o da CIDH chegou ao governo em maio. Ela fala em pris�o arbitr�ria, execu��o sum�ria e aus�ncia de investiga��o. O texto entregue pelo Itamaraty, de 47 p�ginas, invoca a Lei da Anistia de 1979 e afirma que a lei beneficiou tamb�m os agentes de Estado acusados de viola��es de direitos humanos no per�odo da ditadura militar. Isso, segundo o documento, torna imposs�vel a abertura de processo para apontar responsabilidades.

N�o foi esse argumento, por�m, o que mais irritou Ivo Herzog. Ele mostrou indigna��o com o fato de o governo ter arrolado, em defesa do Estado, o apoio que tem dado ao Instituto Vladimir Herzog, presidido pelo pr�prio Ivo. "Considero isso afrontoso, um desrespeito, uma tentativa de desqualifica��o da sociedade civil", afirmou. "O instituto surgiu da iniciativa de amigos, com o apoio de empresas privadas e p�blicas, para celebrar a vida do meu pai e contar a verdadeira hist�ria do que ocorreu naqueles anos."

Segundo Herzog, os familiares querem "um pedido oficial de desculpas e o reconhecimento, em novo atestado de �bito, de que ele n�o se suicidou", diz. H� 37 anos esperamos por isso."