O senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO) voltou a ocupar a tribuna do plen�rio para fazer sua defesa na tentativa de evitar a cassa��o do seu mandato na quarta-feira. Dem�stenes fez dois pronunciamentos nesta sexta-feira repisando os argumentos usados desde o in�cio da semana de que n�o tirou qualquer "proveito financeiro" da rela��o com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "Sou limpo, meu patrim�nio � limpo e quem quis me sujar n�o reuniu elementos nem colocando quatro delegados e dez agentes para me bisbilhotar, durante quatro anos, 24 horas por dia", disse o senador goiano, acusado, entre outros fatos, de ter despesas pessoais pagas pelo contraventor. As duas falas, uma pouco depois das 9 horas e outra por volta das 11h15, duraram cerca de 45 minutos para um plen�rio praticamente vazio.
Grampeado pela Pol�cia Federal em mais de 300 conversas com Cachoeira, Dem�stenes afirmou que o "vazamento criminoso de escutas ilegais" pode levar �s pessoas a especularem que ele seria "muito rico". O senador disse que vive apenas do sal�rio parlamentar e, mesmo tendo ocupado fun��es e cargos com bons sal�rios, como promotor de Justi�a e secret�rio de Seguran�a P�blica, considera ter um patrim�nio "muito pequeno". "O que mais tenho mesmo s�o discos. Tinha tamb�m muitos livros, mais de cinco mil exemplares, mas dei minha biblioteca inteira para institui��es p�blicas de Goi�s", disse. "A depress�o que me invadiu nesse epis�dio dos ataques � minha honra me impede de ler e ouvir m�sica, os dois maiores prazeres de que desfruto", completou. Nos dois discursos, o senador goiano repetiu quatro vezes que est� sendo v�tima de uma "injusti�a". Mais uma vez desde o in�cio da semana, ele disse que as grava��es contra parlamentar que det�m foro privilegiado sem autoriza��o do Supremo Tribunal Federal (STF) � ilegal e que h� montagens nas conversas interceptadas dele. Ao contr�rio dos tr�s discursos anteriores, Dem�stenes detalhou em boa parte do primeiro pronunciamento desta sexta-feira a an�lise feita pelo perito Joel Ribeiro Fernandes, a seu pedido, nos grampos. De acordo com a avalia��o do perito, citada por ele "s�o observados robustos ind�cios de edi��es nas informa��es acostadas nos autos". "� preciso esperar um laudo oficial para reconhecer se foi feita montagem para me incriminar", clamou o senador, lembrando que o Conselho de �tica negou pedido de realiza��o de per�cia nas grava��es. "Exerci o meu papel conquistado nas urnas sem me afastar do caminho da retid�o. Jamais fiz algo que envergonhasse o povo do meu Estado que me honrou com seu apoio e seu voto, os meus amigos, a minha fam�lia ou o Senado da Rep�blica. Nunca me envolvi em nada que manchasse o meu curr�culo", disse.